Publicado em 09/06/2014 às 19:37, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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Os juros médios cobrados dos consumidores registraram, em maio, alta pelo 12º mês seguido e superaram as elevações na taxa básica da economia (Selic), mostra pesquisa divulgada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) nesta segunda-feira (09).
De acordo com a associação, as taxas médias para pessoa física passaram de 5,96% ao mês em abril para 5,98% mensais em maio, no maior patamar desde agosto de 2012.
Desde abril de 2013 até maio, a Selic registrou elevação de 3,75 pontos percentuais, passando de 7,25% a 11%. No mesmo período, os juros médios para pessoa física subiram de 88,61% ao ano em abril de 2013 para 100,76% ao ano em maio deste ano, avanço de 12,15 pontos percentuais.
Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Anefac, a alta superior à da Selic pode ser atribuída a uma expectativa de aumento da Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) em maio --que acabou não se concretizando-- e também à perspectiva de piora nos índices de inflação e crescimento econômico, o que aumenta o risco de crédito.
Segundo ele, a trajetória de elevação dos juros médios ao consumidor deve ser interrompida. "Tendo em vista o Banco Central ter mantido inalterada a sua taxa de juros básica na ultima reunião, a tendência é que a curto prazo a Selic se mantenha inalterada. Por conta disto é provável que as taxas de juros das operações de crédito se mantenham também inalteradas neste período a não ser que eventualmente, por conta da piora no cenário econômico, a inadimplência venha a ser elevada, o que levaria as instituições financeiras a subir suas taxas de juros, mesmo em um ambiente de manutenção da taxa básica de juros", avalia Oliveira.
Entre as seis linhas pesquisadas pela associação, apenas o cartão de crédito se manteve inalterada em maio, após registrar forte alta em abril na comparação com março de 10,08% para 10,52%. As cinco restantes --juros no comércio, cheque especial, financiamento de veículos, empréstimo pessoal em bancos e empréstimo pessoal em financeiras-- subiram.