Publicado em 30/07/2016 às 16:29, Atualizado em 30/07/2016 às 14:16
As taxas de juros do cheque especial no Brasil atingiram, nesta semana, o maior valor da série histórica iniciada há 22 anos: 315% ao ano, de acordo com o Banco Central. Isso significa que uma dívida de R$ 1 mil se transforma, em 12 meses, em um débito de R$ 4,15 mil.
Com valores exorbitantes como estes, porque tanta gente ainda acaba caindo na armadilha dos juros, mesmo sem necessidade extrema, como em caso de desemprego ou problemas de saúde?
Segundo André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos que conversou com a Rádio Bandeirantes, uma das razões é da falta de educação financeira do brasileiro.
“A gente tem uma cultura, no Brasil, muito fraca no que se trata da administração financeira dos recursos próprios”, explica. “ Em tantos anos com juros tão elevados, as pessoas se tornaram meio insensíveis a isso e fazem a conta meio de padeiro. 'Cabe no meu orçamento? Se cabe, vamos tocar a vida.' É o jeito errado de fazer isso.”
O economista ressalta que o custo do dinheiro no Brasil é extremamente elevado e deve continuar assim por enquanto.
“Além da taxa básica (Selic) alta, de 14,25% ao ano, que eleva todas as outras, o momento econômico no Brasil e no mundo aumenta a percepção de risco, que também eleva as taxas”, afirma Perfeito.
Para quem já se endividou, ele recomenda calma para buscar uma saída e tentar renegociar o débito.
“Dinheiro é um substituto emocional nas pessoas muito forte, por isso é difícil ter controle, mas se elas conseguirem mapear minimante as razões de estarem tomando dinheiro emprestado podem começar a traçar soluções”, diz o economista.
Informações do site da BAND