Publicado em 06/03/2015 às 10:32, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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O aumento dos preços registrado no Brasil em fevereiro foi de 1,22%. Considerando o período de 12 meses (de março de 2014 a fevereiro de 2015), a inflação acumulada é de 7,7%, a maior desde maio de 2005, quando foi de 8,05%.
As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que calcula o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
O objetivo do governo é manter a inflação em 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos --ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
Se a inflação passar desse teto, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, tem que fazer uma carta aberta explicando o motivo do descumprimento da meta.
Inflação acumulada de 27% no primeiro governo Dilma
Em 2014, a inflação fechou em 6,41%, dentro do limite da meta, puxada principalmente pelos preços de alimentos e moradia.
A última vez em que houve estouro da meta foi em 2003, primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando a inflação encerrou a 9,3%.
Em 2011, ano em que Dilma assumiu o governo, o índice ficou exatamente no limite máximo do objetivo.
No primeiro mandato da presidente Dilma, a inflação brasileira somou 27,03%, com alta anual média de 6,17% ao ano.
BC subiu taxa de juros para 12,75%
O governo tem sido criticado por deixar a inflação girar acima do centro da meta por mais de quatro anos.
Neste início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, a equipe econômica, encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, implementa medidas de ajuste fiscal, com aumento de impostos e juros e corte de despesas.
Na sua última reunião, na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, subiu, pela quarta vez, a taxa básica de juros (Selic) de 12,25% para 12,75% ao ano.
São os maiores juros em seis anos, desde janeiro de 2009 (quando estavam também em 12,75%).
O Copom sinalizou que a decisão teve relação com o aumento dos preços, dizendo, em nota, que avaliou "o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação."
A Selic é usada pelo BC para tentar controlar o consumo e a inflação, ou estimular a economia. Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair, controlando a inflação, em tese. Por outro lado, juros altos seguram a economia e fazem o PIB (Produto Interno Bruto) ficar baixo.
Fonte: Reuters