Publicado em 07/03/2015 às 06:31, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 7,7% nos últimos 12 meses (a taxa anualizada), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado, divulgado nesta sexta-feira (6), é o maior desde os 8,05% registrados em maio de 2005 e supera o teto da meta fixado pelo Banco Central para este ano em 6,5%.
Em fevereiro, a taxa variou 1,22%, 0,02 ponto percentual abaixo do resultado de janeiro deste ano (1,24%), mas ainda é a mais alta para os meses de fevereiro desde o 1,57% de 2003. Com a alta, a taxa passou a acumular nos primeiros dois meses do ano inflação de 2,48% superior ao 1,24% dos primeiros dois meses do ano passado.
O principal impacto no IPCA de fevereiro foi a elevação nos preços da gasolina e de outros combustíveis, resultado do aumento de impostos como o PIS e a Cofins e também do IPI sobre os automóveis novos.
Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índice de Preços do IBGE, as pressões em fevereiro se deram de forma bastante diferenciada. O mês de fevereiro em geral se caracteriza pela pressão forte das escolas, mas este ano houve outras pressão, em especial a gasolina que, junto com outros combustíveis, foram os que mais pressionaram a taxa. Em contrapartida, a gente observou neste mês de fevereiro uma desaceleração dos preços dos alimentos que, embora continuem em alta, com variação expressiva, impactaram um pouco menos que no mês anterior e ajudaram a segurar um pouco a taxa, impedindo que ela fosse ainda maior.
Segundo os dados fornecidos pelo IBGE, os preços da gasolina subiram 8,42%, exercendo impacto de 0,31 ponto percentual na composição do IPCA e, por isso, respondendo, por um quarto do IPCA: 25,41%. Também o álcool, talvez também como consequência da alta da gasolina, subiu 7,19%, o que fez com que os gastos com transporte por parte das famílias subissem 2,2% em fevereiro. No todo, o grupo transporte apresentou o mais elevado impacto do mês (0,41 ponto percentual)."
Os dados do IBGE indicam que, entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a variação mais elevada foi registrada no grupo educação, que atingiu 5,88%, refletindo os reajustes do início do ano letivo, especialmente nos valores das mensalidades dos cursos regulares, que subiram 7,24%. Em habitação (1,22%), o destaque ficou com a energia elétrica (3,14%).
Com alta de 0,86%, o grupo despesas pessoais refletiu os reajustes ocorridos em itens como excursão (6,93%), cabeleireiro (1,09%) e manicure (1,04%). No grupo saúde e cuidados pessoais (0,60%) destacaram-se os serviços médicos e dentários (1,14%) e os artigos de higiene pessoal (0,89%).
Já no grupo artigos de residência (0,87%), a alta foi puxada pelos eletrodomésticos, cujos preços elevaram-se em 2,15%, e pelos serviços de conserto e manutenção de equipamentos domésticos, que subiram 1,70%. No grupo alimentação e bebidas, com alta de 0,81%, houve redução no ritmo de crescimento de preços, tendo em vista a taxa de 1,48% registrada no mês anterior. Os alimentos consumidos fora de casa (0,95%) tiveram aumentos acima dos consumidos em casa (0,74%).