Os combustíveis fósseis devem sofrer duplo impacto de aumento dos preços nas próximas semanas. O primeiro, em decorrência da defasagem de preços em relação ao mercado internacional, que pressiona a Petrobras por um reajuste nos preços do óleo diesel e da gasolina. O segundo, em função do aumento anual da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Conforme o relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), divulgado ontem, o preço da gasolina comercializada pela Petrobras está 10% abaixo das cotações do preço de paridade internacional (PPI) e o óleo diesel, 16%.
A diferença do valor interno do litro para o usado no comércio exterior é de R$ 0,28 para a gasolina, e o diesel apresenta disparidade de R$ 0,54 no preço do litro vendido pela estatal em comparação com o PPI.
A escalada de 15% do dólar desde outubro e o aumento de 8% no preço do petróleo Brent nos últimos 30 dias ampliaram o descompasso entre os combustíveis brasileiros e internacionais.
O valor do dólar em alta e o aumento do preço do petróleo internacional reduzem os lucros da Petrobras e sua capacidade de reinvestimento.
O outro reajuste, este já previsto para ocorrer em fevereiro, é o aumento da cobrança da alíquota sobre os combustíveis. A alíquota do ICMS sobre a gasolina e o etanol vai subir R$ 0,10 por litro, de R$ 1,37 para R$ 1,47. Já a alíquota sobre o óleo diesel e o biodiesel vai aumentar R$ 0,06, para R$ 1,12 por litro.
O ICMS sobre os combustíveis é reajustado anualmente. Segundo o Comitê Nacional de Secretarias Estaduais de Fazenda (Comsefaz), o aumento em 2025 reflete a alta dos preços nas bombas entre fevereiro e setembro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Com informações do Correio do Estado
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