Publicado em 16/06/2015 às 13:21, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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A falta de bois para abate que já fechou 14 unidades e deixou 1,5 mil desempregados em Mato Grosso do Sul, tem atingido frigoríficos de outros Estados. Matéria publicada ontem (14) pelo jornal Estadão, confirma o que, em 90 dias, ao menos três unidades fecharam no Estado. Além disso, a situação é parecida no Mato Grosso, Rondônia, São Paulo e Goiás.
De acordo com o Estadão, dos 26 frigoríficos que fecharam ou deram férias coletivas no Brasil, 14 são de Mato Grosso do Sul, que possui o quinto maior rebanho, com 20,8 milhões de bovinos. O número pode ser ainda maior, já que as empresas não repassam dados para a Abrafrigro (Associação Brasileira de Frigoríficos).
Mato Grosso que tem o maior rebanho bovino do país, com 28,4 milhões de cabeças, vive uma situação parecida com Mato Grosso do Sul. Sete fábricas foram fechadas e em maio, o JBS encerrou temporariamente a unidade de São José dos Quatro Marcos.
Em junho, o JBS suspendeu abates em Ariquemes (RO), alegando aumento de ociosidade na indústria nacional. Já o Marfrig, decidiu transformar em um centro de armazenagem e distribuição uma de suas fábricas em Promissão (SP). Segundo o Estadão, a empresa paralisou em janeiro a unidade em Rio Verde (GO).
A menor oferta de animais para o abate fez o preço da arroba em São Paulo subir 25% entre janeiro e dezembro de 2014. Conforme o Estadão, como os preços da carne no atacado não subiram em igual proporção, a rentabilidade encolheu e as empresas do Estado enfrentam dificuldades este ano.
Em entrevista ao Estadão, o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, comentou que o plantel bovino diminui nos últimos anos e as unidades industriais aumentaram. "Há unidades em que as disponibilidades de bois é menor e aí elas não aguentam", afirmou.
Para ele, a reversão do ciclo pecuário não deve acontecer brevemente. "O processo de retenção de vacas para aumentar o rebanho e ganhos de produtividade com o melhoramento genético, são processos lentos", finalizou.