Publicado em 15/04/2020 às 14:34, Atualizado em 15/04/2020 às 12:44

Exportação de industrializados cai 22,5% em março

Redução na receita é efeito da pandemia na economia do Estado.

Redação,

Efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) sobre Mato Grosso do Sul já começam a ser contabilizados. Conforme o levantamento do Radar Industrial da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), na comparação do mês de março deste ano com março de 2019, a receita com exportações de industrializados caiu 22,5%. Caindo de US$ 327,93 milhões para US$ 254,27 milhões.

O setor industrial do Estado registrou ainda a queda de 5,2%, no acumulado de janeiro a março deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado. A receita registrada no primeiro trimestre de 2019 foi de US$ 904,48 milhões para US$ 857,43 milhões neste ano.

De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, é importante ressaltar que o desempenho observado foi diretamente influenciado pela diminuição ocorrida nas exportações de celulose para o mercado chinês no mês de março. “Essa redução é resultado da adoção de medidas de restrição a circulação e concentração de pessoas no naquele país por conta da pandemia da Covid-19, ocasionando uma forte redução do nível de atividade econômica”, ressaltou o economista.

Segundo Resende, as compras chinesas da celulose sul-mato-grossense apresentaram queda de US$ 84,9 milhões no comparativo de março 2020 com o mesmo mês de 2019, indicando uma retração de 53%.

“Portanto, na medida em que as restrições forem diminuindo e que a atividade seja retomada e, claro, que esse quadro se sustente nos próximos meses, é muito provável que as vendas se recuperem e voltem a crescer”, projetou Ezequiel Resende.

O titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse ao Correio do Estado que a redução do envio de celulose ao exterior foi causada pelo fechamento do mercado chinês no início da pandemia. “Nós tivemos um gargalo da celulose nas exportações que foi o fechamento do mercado chinês, por conta do coronavírus, mas isso já está retomando que a gente consegue dar uma fluidez normal para celulose. Temos que destacar que também é um setor essencial na estrutura de embalagem”.

O economista da Fiems ressaltou que apesar da diminuição das exportações de industrializados, quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 57% de toda a receita das vendas do Estado ao exterior, enquanto no acumulado do ano a participação está em 78%.

GRUPOS

Os grupos “Celulose e Papel” e “Complexo Frigorífico” continuam sendo responsáveis por 80% da receita de exportações do setor industrial, sendo 51% para o primeiro grupo e 29% para o segundo grupo, enquanto logo em seguida vem o grupo “Óleos Vegetais” e “Extrativo Mineral”, com 9% e 5%, respectivamente.

No caso do grupo “Celulose e Papel”, a receita no período avaliado alcançou US$ 439,18 milhões, uma queda de 22% em relação ao período de janeiro a março de 2019, que foram obtidos quase que na totalidade com a venda da celulose (US$ 430,92 milhões). A China continua sendo o principal destino dos produtos do Estado, com US$ 283,59 milhões, seguido da Itália, com US$ 30,89 milhões, Coreia do Sul, com US$ 26,64 milhões e Estados Unidos, com US$ 24,44 milhões.

Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida de janeiro a março foi de US$ 248,33 milhões, um aumento de 18% em relação ao mesmo período de 2019, sendo que 41% do total alcançado é oriundo das carnes desossadas congeladas de bovino, que totalizaram US$ 100,75 milhões. Os principais compradores foram Hong Kong, com US$ 40,22 milhões, Chile, com US$ 34,52 milhões, China, com US$ 29,08 milhões e Arábia Saudita, com US$ 16 milhões.

Com informações do Correio do Estado