Publicado em 16/08/2025 às 16:12, Atualizado em 16/08/2025 às 17:09
Enquanto exportações de carne bovina para os EUA caem, vendas para China disparam em 2025 no estado. Mesmo com a queda, os EUA seguem como 2º maior destino da carne sul-mato-grossense.
Mato Grosso do Sul bateu recorde de exportação de carne bovina em julho de 2025, apesar do tarifaço do presidente Donald Trump, da paralisação de frigoríficos e da suspensão de abates destinados ao mercado norte-americano.
O estado exportou 22,5 mil toneladas de carne bovina no mês passado, alta de 22,9% em comparação com julho de 2024, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems).
O valor das exportações também cresceu. Em julho de 2025, Mato Grosso do Sul faturou cerca de US$ 124 milhões com a venda de carne ao exterior — um aumento de 52% em relação aos US$ 81 milhões registrados no mesmo mês do ano passado.
O desempenho do estado acompanha a tendência nacional. As exportações brasileiras de carne bovina também atingiram recorde para um único mês.
O resultado ainda não reflete o impacto do tarifaço de 50% imposto pelo presidente americano Donald Trump, já que essa taxa começou a valer apenas no dia 6 de agosto. Entretanto, a sobretaxa de 10% passou a valer em abril.
Os Estados Unidos ainda são o segundo principal destino da carne bovina de Mato Grosso do Sul, atrás apenas da China. No entanto, as vendas para os norte-americanos vêm caindo ao longo de 2025, enquanto o mercado chinês continua em expansão.
As exportações para a China mais que dobraram. Em julho de 2025, foram enviadas 13 mil toneladas de carne bovina, frente às 6 mil toneladas registradas no mesmo mês de 2024 — aumento de 116%.
Já as exportações para os Estados Unidos caíram. Em julho de 2025, foram embarcadas 2,7 mil toneladas, contra 4 mil toneladas no mesmo período de 2024 — queda de 35%.
Em julho, México foi o 3º maior parceiro comercial para compra de carne bovina de Mato Grosso do Sul, com US$ 6,5 milhões comprados. O Chile, com US$ 3,9 milhões, ficou em 4º lugar.
Segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), até 2023, o México não aparecia nem entre os 20 maiores clientes do país. Mas, com a abertura de mercado naquele ano, as compras começaram a crescer.
Paralisação de frigoríficos
Em 15 de julho, frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carne destinada aos Estados Unidos após Trump anunciar tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros. Desde então, as produções foram remanejadas para atender outros mercados no exterior.
Segundo o vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems), Alberto Sérgio Capucci, a paralisação, voltada apenas ao mercado norte-americano, foi uma medida logística para evitar o acúmulo de estoques de carne que não seriam vendidos.
Com a nova taxação, as exportações para os EUA se tornaram financeiramente inviáveis. Pelo menos quatro frigoríficos no estado interromperam a produção voltada ao mercado americano, segundo o sindicato. São eles: JBS; Naturafrig; Minerva Foods e Agroindustrial Iguatemi.
Com informações do g1