Publicado em 14/11/2013 às 18:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
Nova Notícias - Todo mundo lê
A economia brasileira encolheu no terceiro trimestre deste ano, interrompendo cinco trimestres de expansão, mostrou o Banco Central nesta quinta-feira, confirmando cenário de fragilidade para este ano.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado prévia do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,12 por cento entre julho e setembro passados, sobre os três meses anteriores, depois de ter registrado expansão revisada de 0,84 por cento no segundo trimestre. A última vez que houve retração nesta comparação foi no primeiro trimestre de 2012, de 0,52 por cento.
"O indicador confirmou uma performance bastante fraca da atividade econômica no terceiro trimestre... Tal cenário deve elevar a possibilidade de o governo brasileiro adotar mais ações em todas as frentes possíveis para induzir expansão mais forte à frente", destacaram a equipe de economistas do Espírito Santo Investment Bank, em nota, citando como exemplo mais gastos públicos.
Para eles, a expectativa é de que o PIB do terceiro trimestre ficará perto de zero, possivelmente em terreno negativo, recuperando no trimestre seguinte para fechar o ano com expansão de 2,5 por cento.
Em setembro, o IBC-Br apontou estagnação ao registrar variação negativa de 0,01 por cento na comparação com agosto, segundo dados dessazonalizados, resultado pior até mesmo que a expectativa mais pessimista em pesquisa da Reuters. Na mediana de 21 analistas, a estimativa era de avanço de 0,30 por cento, com as projeções variando de zero a alta de 0,60 por cento.
Em agosto, também segundo dado revisado, houve avanço de 0,09 por cento, depois de ser informada inicialmente alta de 0,08 por cento.
O IBC-Br avançou 2,68 por cento na comparação com setembro de 2012 e acumula alta de 2,48 por cento em 12 meses, ainda segundo dados dessazonalizados do BC.
"A indicação é que... a atividade voltou a andar de lado nos meses recentes, o que pode ser verificado, inclusive, pelo fato de que a variação acumulada em 12 meses parou de subir", avaliou a Rosenberg Consultores Associados em nota.
"Com estoques elevados em muitos setores da economia, não é um sinal favorável para o último trimestre e nem para 2014", completou a consultoria, que manteve sua projeção de retração de 0,2 por cento do PIB no terceiro trimestre.
INDÚSTRIA
O principal peso sobre a economia brasileira vem da indústria neste ano, que encontra fortes dificuldades em firmar recuperação em um ano de performance errática. Segundo o IBGE, em setembro, a produção industrial brasileira avançou 0,7 por cento, recuperando-se de dois meses de fraqueza, mas o resultado ficou abaixo do esperado.
O varejo também não tem mostrados sinais muito positivos recentemente. As vendas no setor cresceram pelo sétimo mês seguido em setembro, com alta de 0,5 por cento, mas o ritmo mostrou desaceleração e também ficou abaixo do esperado.
Pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa do mercado para a expansão do PIB neste ano é de 2,5 por cento, mas desacelerando a 2,11 por cento em 2014.
"Reiteramos nossa visão de que uma expansão sustentável e duradoura da economia brasileira continua sendo mais uma esperança do que uma realidade", completaram os economistas do Espírito Santo.
O IBGE divulga os dados sobre o PIB do terceiro trimestre em 3 de dezembro. Entre abril e junho, a economia brasileira cresceu 1,5 por cento na comparação com o primeiro trimestre.