Publicado em 15/06/2013 às 15:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
Estatal está impedida de importar e exportar petróleo por conta de certidão negativa de débito
Impedida de importar e exportar petróleo há uma semana em razão de uma dívida de R$ 7,3 bilhões, a Petrobras pode quebrar e gerar caos no mercado de ações caso pague o débito estratosférico, segundo o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro. A informação é da agência Folha.
A Folha teve acesso ao parecer da procuradoria no processo que tramitou no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da Segunda Região). Na quinta-feira, a estatal tentou, sem sucesso, levar o caso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para recuperar a certidão negativa de débitos que lhe permite importar, exportar e até participar de rodadas do pré-sal.
O próprio governo federal, por meio da Procuradoria da Fazenda Nacional, cancelou essa certidão no dia 7 de junho devido à dívida bilionária da estatal.
No parecer, de abril de 2012, o Ministério Público Federal opina em favor da Petrobras. À época, o valor calculado da dívida estava na casa dos R$ 6 bilhões e, segundo a procuradoria, esse débito estratosférico deve ser suspenso para evitar a falência da estatal.
Vale salientar que no caso em tela, a agravante [Petrobras] não poderia promover o depósito judicial para suspender a exigibilidade do credito, tendo em vista seu valor estratosférico na casa dos R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), diz o documento.
E a procuradoria ainda destacou: O valor é seis bilhões e não seis milhões de reais, que se depositado quebraria a Petrobras e levaria de roldão a Bolsa de Valores de São Paulo gerando o caos no mercado acionário brasileiro.
Por meio da assessoria de imprensa, a Petrobras disse que está amparada na legislação tributária que lhe assegurava a desoneração do Imposto de Renda à época dos fatos, razão pela qual interporá os recursos processuais pertinentes para a defesa de seus direitos, não lhe cabendo emitir juízo de valor em relação à opinião de representante do Ministério Público.
Liminar
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves reformulou ontem (14) decisão tomada na véspera e autorizou liminarmente (provisoriamente) a Petrobras a não pagar pagar dívida de R$ 7,39 bilhões com a Receita Federal em razão de débitos de imposto de renda. A decisão vale até que o mérito do pedido seja julgado pelo tribunal.
Na quinta, ele havia negado o pedido porque ainda havia uma decisão pendente sobre o tema no Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região. Como o TRF-2 negou o pedido, em decisão publicada ontem, Benedito Gonçalves reverteu o entendimento para beneficiar a empresa.