Publicado em 13/02/2015 às 15:44, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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Quem está pagando por pacote de viagem para o exterior vai sentir o bolso pesar na hora de comprar moeda estrangeira. Com o dólar comercial cotado a R$ 2,84, a moeda já atinge R$ 3,30 nas casas de câmbio e encarece os destinos internacionais.
De acordo com o consultor de viagens André Luiz Flores, da Premier Turismo, em comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de cerca de 50% na procura por pacotes internacionais em 2015. "Para se ter uma ideia, no ano passado atendemos uma família grande que foi passar o Carnaval em Las Vegas (Estados Unidos)", conta.
Enquanto o dólar comercial está abaixo dos R$ 3, nas casas de câmbio ele já ultrapassa os R$ 3,30. "Existem taxas que são embutidas no valor do dólar para compra, sem contar o IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras)", analisa o supervisor Júlio Mendes, da empresa Voe Viagens e Câmbio, da Capital.
Por isso, quem comprou pacote de viagem antes do recente período de oscilação da moeda, mas deixou para adquirir o dólar depois, tem duas escolhas: "ou vai comprar menos moeda, ou vai ter que se conformar em gastar mais", afirma o supervisor.
"Tem muita gente que diz que vai esperar e comprar mais perto da viagem, mas isso não é garantia de que o dólar vai baixar. Há 3 dias a moeda estava R$ 2,97, mas então subiu para R$ 3,04 (no câmbio). O mercado está muito instável", amplia.
Júlio atua há dois anos no mercado de câmbio e analisa que a fase inconstante começou após a reeleição da presidente Dilma (PT). "Antes da eleição, o dólar estava R$ 2,36, aí subia para R$ 2,38, em seguida baixava para R$ 2,36 novamente. Era assim, havia pouca variação, não mudava muito", considera.
"Depois da eleição, a moeda foi pra R$ 2,53 e só subiu. Quem está pagando por um pacote de viagens há mais tempo, assusta quando vai comprar a moeda estrangeira para viajar", compartilha.
Opções para o dólar - Para tentar driblar a alta do dólar há quem pense em apostar nos cartões de crédito pré-pagos, que são carregados no Brasil, antes da viagem, e podem ser gastos livremente no país exterior.
No entanto, para Júlio, a alternativa não está muito viável. "Não está compensando muito utilizar o cartão de crédito pré, porque o IOF sobre essa opção é de 6,30%. Na compra de dinheiro em espécie a porcentagem é seis vezes menor: 0,38%", avalia.
O jeito é cogitar viagens para destinos nacionais. "Se o câmbio continuar aumentando, as vendas nacionais vão acabar aquecendo. Se você fechar um pacto all inclusive em um resort brasileiro, vai sair quase o mesmo preço de um pacote internacional, por isso, é uma opção que pode ser mais considerada", orienta André Luiz.
Depois do carnaval - Para ele, resta a expectativa de que o cenário melhore. "Existe essa expectativa de que o mercado melhore, tanto para nós, que trabalhamos com viagens, quando para os clientes, que sonham com destinos ainda não visitados. Esperamos que, depois do carnaval, o setor volte a reaquecer", compartilha o consultor.