Publicado em 25/02/2016 às 19:17, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23

Demissões aumentam e desemprego salta a 7,6%

Números divulgados hoje pelo IBGE destacam ainda mais os reflexos da forte recessão

Redação, Redação

O Brasil iniciou 2016 com mais demissões e a maior taxa de desemprego para janeiro em 7 anos nas seis principais regiões metropolitanas do país, além de recuo na renda média do trabalhador. Os números divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) destacam ainda mais os reflexos da forte recessão econômica que atinge o país.

 

A PME (Pesquisa Mensal de Emprego) divulgada nesta quinta-feira mostrou que a taxa de desemprego atingiu 7,6% em janeiro, após registrar 6,9% em dezembro em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

 

Passado o efeito favorável da sazonalidade de fim de ano, a taxa foi a mais alta para janeiro desde 2009, quando foi de 8,2%. A expectativa em uma pesquisa da Reuters era de que a taxa ficaria em 7,95% no mês na mediana das previsões.

 

O IBGE informou ainda que a renda caiu 1,3% em janeiro na comparação com dezembro, chegando a R$ 2.242,90. Sobre o mesmo mês de 2015, despencou 7,4%, em meio ao cenário de inflação e juros elevados.

 

No mês passado, a população ocupada recuou 1,0% na comparação mensal, e sobre janeiro de 2015 teve recuo 2,7%, o que reflete as dispensas de trabalhadores no início do ano.

 

A população desocupada, que são as pessoas à procura de uma posição, avançou 8,4% em janeiro contra o mês anterior e teve forte alta de 42,7% sobre um ano antes, chegando 1,879 milhão de pessoas.

 

"O desemprego cresce em razão da população ocupada menor e mais pessoas foram procurar trabalho. As demissões não parecem ser um fenômeno temporário", disse a técnica da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy.

 

A fraqueza do mercado de trabalho também fica clara nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, cuja taxa de desemprego permaneceu em 9% no trimestre encerrado em novembro, maior patamar da série iniciada em 2012.

 

Analistas, aliás, não veem melhora do mercado de trabalho deste ano, diante do quadro de recessão prolongada. A expectativa na pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, é de contração econômica de 3,40% em 2016, com inflação de 7,62%, acima do teto da meta do governo.

Fonte - Reuters