Publicado em 16/02/2014 às 11:03, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países que mais cultivam variedades geneticamente modificadas de grãos e fibras do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, segundo relatório do Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, na sigla em inglês). Em 2013, os produtores brasileiros cultivaram 40,3 milhões de hectares com soja, milho e algodão transgênicos, enquanto os Estados Unidos, país líder no plantio de transgênicos, semearam 70,2 milhões de hectares. A Argentina ficou em terceiro lugar, com 24,4 milhões de hectares, seguida por Índia (11 mi/ha), Canadá (10,8 mi/ha), China (4,2 mi/ha), Paraguai (3,6 mi/ha), África do Sul (2,9 mi/ha), Paquistão (2,8 mi/ha), Uruguai (1,5 mi/ha), entre outros, mostrou o levantamento. Ainda segundo o relatório, o Brasil foi o país que registrou o maior crescimento em área para produção com transgênicos, com um aumento de 10% na comparação com 2012. No último ano, a área com uso sementes geneticamente modificadas aumentou em 3,7 milhões de hectares no Brasil. Proporcionalmente, é mais que o triplo da média mundial de aumento, que foi de 3%. Na China, o uso dos transgênicos cresceu 5%, para 4,2 milhões de hectares. Nos Estados Unidos, o cultivo dessas sementes parece ter alcançado seu pico, com crescimento inferior a 1% em 2013. Produtores em todo o mundo cultivaram em 2013 um recorde de 175,2 milhões de hectares de lavouras transgênicas, segundo o ISAAA. "Os transgênicos permitiram a intensificação da produção global e, principalmente, brasileira, contribuindo para evitar que a agricultura disputasse área com reservas de biodiversidade nos 27 países em que são cultivados", observou Anderson Galvão, representante do ISAAA no Brasil, no documento. O órgão calcula que 497 milhões de quilos de defensivos químicos deixaram de ser usados graças à adoção de transgênicos resistentes a insetos (Bt) e a herbicidas entre 1996 e 2012. Só em 2012, a ISAAA estima, ainda, que 26,7 bilhões de quilos de dióxido de carbono, um volume equivalente À emissão de 11,8 milhões de carros em um ano, deixaram de ser lançados na atmosfera com o plantio de cultivares geneticamente modificadas. Nem todos os países onde os agricultores têm tentado culturas biotecnológicas expandiram seu uso no ano passado. O plantio de lavouras geneticamente modificadas caiu 7% no Canadá no ano passado ante 2012, e manteve-se estável ou recuou na África do Sul, Austrália e México. Críticos das lavouras geneticamente modificadas dizem que os transgênicos levam ao aumento do uso de pesticidas, causam danos ao meio ambiente e argumentam que até o momento não foi provado que estes produtos são seguros para o consumo humano e animal.