Publicado em 13/05/2016 às 12:01, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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O lucro dos bancos no Brasil caiu mais de 20% no 1º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior, no pior resultado desde o 3º trimestre de 2014, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica.
Somados, os ganhos de 12 das instituições de capital aberto (com ações negociadas na bolsa) que já divulgaram seus balanços em 2016 somaram R$ 13,17 bilhões, o que corresponde a uma queda de 21,71% na comparação com o 1º trimestre de 2015. Na comparação com o 4º trimestre do ano passado, o recuo é de 7,6%.
Em meio à contração do crédito e ao aumento da inadimplência e das provisões feitas para perdas com calotes, o lucro dos bancos nos 3 primeiros meses do ano foi o menor dos últimos 6 trimestres. Trata-se também da segundo queda trimestral consecutiva. Veja gráfico ao lado
O levantamento da Economatica considera o lucro liquido, em valores nominais, de 12 bancos: Banco do Brasil, Itaú Unibanco,Bradesco, Santander, ABC Brasil, Banco Pan, Banestes, Banrisul, Baycoval, Finansinos, Parana e Pine.
Entre os grandes bancos, o Banco do Brasil foi o que registrou maior queda no lucro, de 59,5% para R$ 2,3 bilhões. O Itaú Unibanco teve queda de 9,5% nos ganhos, para R$ 5,1 bilhões. Já o Bradesco reportou um recuo de 5,3%, para um lucro de R$ 4,1 bilhões.
Já a Caixa Econômica Federal, que não possui ações da Bovespa e não está considerada no levantamento da Economatica, teve queda de 45,9% no lucro no 1º trimestre, com ganho de R$ 838 milhões.
SETOR BANCÁRIO LIDERA GANHOS
Apesar do recuo dos lucros, o setor bancário tem liderado os ganhos entre as empresas de capital aberto. No ano passado, no contramão da economia, o lucro das 25 instituições com ações na bolsa somou R$ 70,5 bilhões, alta de 28,3% contra os R$ 54,9 bilhões no ano de 2014, segundo dados da Economatica.
Mesmo em meio à recessão e com menos empréstimos concedidos, a rentabilidade dos bancos cresceu em 2015. No ano passado, as taxas de juros cobradas pelos bancos subiram 14,4 pontos percentuais, para 63,7% ao ano, nos empréstimos para pessoas físicas com recursos livres. Com isso, os juros bancários subiram mais do que cinco vezes o aumento da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central.
AUMENTO DAS PROVISÕES
Segundo dados do BC, a inadimplência e os juros bancários são os maiores em 5 anos. A taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, somou 6,2% em março o maior patamar desde junho de 2013. Já a taxa de inadimplência de empresas subiu de 4,8% em fevereiro para 4,9% em março, o maior nível desde o início da série, iniciada em março de 2011.
Em 2016, os bancos passaram a aumentar suas provisões para perdas com inadimplência diante do aprofundamento da recessão e também a prever uma queda nos lucros, destacando que os bancos também perdem na recessão.
Para tentar amortecer os efeitos da contração do crédito, os grandes bancos privados do país estão intensificando iniciativas para ampliar receitas com tarifas e serviços, além de esforços para convencer clientes que têm contas em várias instituições a concentrarem as operações bancárias em apenas uma.