Publicado em 03/09/2015 às 14:22, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, interrompendo uma sequência de sete altas consecutivas. A decisão foi unânime.
O BC começou a subir os juros em outubro do ano passado:
O Copom reforçou a necessidade de manter os juros nesse patamar por um "período suficientemente prolongado" para levar a inflação à meta no fim de 2016 e afirmou que a decisão aconteceu "avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos", segundo o comunicado da autoridade monetária.
O BC já havia sinalizado o fim do ciclo de alta nos juros, mas tem alertado sobre a necessário de manter-se vigilante em caso de desvios significativos das expectativas de inflação.
O discurso de atenção foi reforçado recentemente pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, ao afirmar no fim de agosto que a política monetária terá viés conservador por período prolongado e que é preciso "muita calma", "sangue frio", "paciência" e "perseverança" neste processo.
A economia brasileira está em uma situação difícil. De um lado, o país entrou em recessão, que deve se estender até o próximo ano, segundo expectativas do mercado. De outro, a inflação em 12 meses se aproxima de 10% e o dólar, que encarece os produtos importados, chegou ao nível mais alto em quase 13 anos nesta quarta-feira.
Além disso, com dificuldades de aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso, o governo praticamente desistiu de equilibrar as contas públicas no próximo ano.
A decisão veio dentro do esperado por analistas de mercado. Praticamente todos os analistas consultados pela agência de notícias Reuters e pelo jornal "Valor Econômico" acreditavam que o BC iria manter os juros em 14,25% ao ano, em meio à forte recessão da economia.
Os economistas consultados pelo BC semanalmente, para a produção do Boletim Focus, estimam que a Selic fechará o ano nos mesmos 14,25%, e cairá para 12% em 2016.
(Fonte Reuters)