Publicado em 31/08/2016 às 17:50, Atualizado em 31/08/2016 às 21:51
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Foi a primeira definição sobre juros depois do impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer como presidente efetivo. A decisão foi unânime entre os membros do Copom.
Faz mais de um ano que a taxa está nesse nível. Em julho de 2015, ela subiu de 13,75% para 14,25%. Esta é a nona reunião seguida do BC em que os juros ficaram na mesma.
Em seu comunicado sobre a decisão, o BC retirou a expressão de que não há espaço para corte de juros, usada nos últimos meses. No lugar, informou que uma queda dos juros vai depender da desaceleração da inflação para a meta do governo em 2017, que é de 4,5%.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 2 pontos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.
Porém, a inflação está bem acima desse limite máximo: chegou a 8,74% em 12 meses, segundo os dados mais recentes do IPCA, referentes a julho.
Subir os juros seria uma opção para tentar conter a alta de preços, mas os juros já estão altos e, além disso, o país está em recessão. Uma nova alta poderia fazer a economia encolher ainda mais.
Juros para o consumidor são mais altos
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela.
Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial subiu em julho e atingiu 318,4% ao ano, e os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 470,7% ao ano.
Fonte - UOL