Publicado em 30/10/2015 às 11:47, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), um aumento na alíquota de ICMS sobre a cerveja, proposto ontem (28) pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), pode resultar no fechamento de 85 mil bares em todo o Estado, já que a alta na alíquota faz com que o preço da bebida suba até 20%, estima a entidade.
Preocupado, o setor tem buscado contato com Alckmin, sem obter sucesso até agora. De acordo com a Abrasel, o fechamento desses estabelecimentos pode gerar também mais de 450 mil desempregados, além de alta da inflação e queda na movimentação dos bares. Presidente nacional da Abrasel, Paulo Solmucci critica que nunca houve reajuste dessa magnitude. "Representa um aumento de 40% da alíquota. Não entendemos porque ele (Alckmin) está fazendo isso com um dos setores que mais gera renda e empregos no Estado."
Solmucci classificou a medida como uma "bala de misericórdia" no setor, que já tem sofrido com as quedas de receitas devido à crise. "Um em cada quatro estabelecimentos está trabalhando com prejuízo. Imagina o que pode acontecer se não conseguirmos barrar essa alta na alíquota", afirma.
O presidente da Abrasel lembrou também sobre a recente negativa de Alckmin sobre a proposta de retorno da CPMF. "Nós sabemos que ajustes são necessários. A CPMF seria mais democrática, pois contaria com a contribuição de todos. Mas parece que o governador nos escolheu como bala de canhão", reclamou.
Caso seja aprovada na próxima semana na Assembléia Legislativa, a alíquota de ICMS para a cerveja será de 25% a partir de 1º de janeiro de 2016. A proposta eleva, ainda, o tributo sobre o cigarro, para 30%. Hoje, os percentuais do tributo sobre os produtos são de 18% e 25%, respectivamente.
Sem diálogo
O presidente da Abrasel São Paulo, Percival Maricato, afirmou que o setor foi pego de surpresa com a medida de Alckmin. "Não houve nenhum diálogo, nem com a gente e nem com a indústria, pelo que sei. Fomos pegos totalmente de surpresa, mas esperamos que o governador nos receba antes dessa medida ser aprovada", comenta.
"É preciso haver uma conversa, um diálogo para que possamos buscar outra solução. Não se pode ter uma decisão assim, que classifico como autoritária e até demagoga. As bancadas do partido dele (Alckmin) no Congresso têm votado constantemente contra o aumento de impostos. Por que ele vai fazer isso conosco?", questionou Machado.