Publicado em 30/06/2016 às 14:35, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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A crise econômica deu um golpe na TV paga, que sofreu uma queda de 4,3% em sua base de assinantes entre abril de 2015 e abril de 2016. Mas os executivos do setor -- que atingiu sua maior audiência este ano, com 2,2 milhões de espectadores por minuto -- estão otimistas em uma estabilização da situação econômica e têm adotado estratégias para fugir do prejuízo.
"A crise é o que menos preocupa", afirmou Manuel Belmar, diretor executivo da Globosat, durante congresso promovido pela Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), nesta quarta-feira (29). "Por mais dramático que seja, a gente vai sair dela. A gente tem no Grupo Globo tem o otimismo como um dos nossos valores mais caros. Estamos trabalhando com uma perspectiva de relativa acomodação esse ano. A gente trabalha com dois anos a frente bastante difíceis ainda. Mas, ao olhar os números da indústria, voltamos dois anos no tempo, estamos com a mesma base de 2014, enquanto há indústrias que estão voltando dez anos no tempo e vão precisar de cinco ou sete anos para retomar esse ciclo".
"Acho que nós rapidamente vamos zerar a fatura e fazer a curva de subida", apostou José Felix, CEO da América Móvil, grupo que controla a operadora NET. "Em termos de mudança, que pese esse cenário político turbulento, eu sinto as pessoas mais entusiasmadas. A gente estava acostumado a taxas de crescimento muito altas e momentaneamente nós estamos tendo que nós adaptar a taxas bem menores. Mas a gente segue com uma visão de crescer durante 2016. Temos bons indícios, bons indicadores, que fazem com que continuemos bem entusiasmados".
Foco no consumidor Fernando Medín, vice-presidente executivo da Discovery, ressaltou a boa audiência obtida pela TV paga neste ano, mas afirmou que a indústria tem que ser cautelosa com a pirataria e com os novos consumidores. "Quem entrou na TV paga, gosta de TV paga. Então há o risco do furto de sinal. Quando há crise econômica, isso se massifica", avaliou, acrescentando: "Mas mais do que a tecnologia, me preocupam os millenials. A geração digital está chegando e nós temos que encontrar uma forma de saciar o apetite dela".
A preocupação com o consumidor também foi levantada por Gustavo Diament, gerente geral da Turner no Brasil. Segundo o executivo, a empresa, dona da canais como Warner Channel e Cartoon Network, já está mudando sua estratégia para pensar mais em como agradá-lo. "Já está no DNA dessa nova Turner inverter a matriz de decisão e colocar o consumidor no centro. Tem muita coisa que é externa, mas tem muita coisa que está na nossa mão. O clima é de otimismo. Se a gente continuar fazendo a mesma coisa, com o mesmo pensamento e as mesmas pessoas, aí a gente acelera a crise".
Ainda de acordo com ele, o Brasil é o principal mercado da Turner fora dos Estados Unidos, e os investimentos aqui não pararam por causa da crise. "Estar presente com o conteúdo que o consumidor espera, é importante. Como esse investimento é de longo prazo e o compromisso é de longo prazo, ninguém falou Essa não é a hora de investir no Brasil".