Publicado em 17/01/2016 às 16:34, Atualizado em 27/07/2016 às 11:23
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Três motivos são apontados: dois técnicos e um político, que teria peso maior neste momento. Para auxiliares presidenciais, a autoridade monetária precisa mostrar que tem autonomia para ditar a política monetária.
Seria uma resposta do presidente do BC, Alexandre Tombini, ao PT e a setores do governo que pressionaram o órgão a não elevar a taxa de juros neste ano.
O BC quer recuperar credibilidade no mercado para tentar trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%, no final do próximo ano.
Do lado técnico, a justificativa viria, primeiro, da inflação de janeiro, que pode ficar acima do previsto. Coletas de preços indicam que o IPCA deve superar 1% -analistas vêm prevendo 0,86%.
Além disso, a taxa real de juros caiu nos últimos meses, porque a Selic não mudou no período, enquanto a projeção de inflação subiu quase 1,5 ponto percentual e superou o teto de 6,5% (veja quadro).
Apesar da expectativa de recessão em 2016, o BC tem afirmado que a queda da inflação é um passo necessário para a recuperação da economia, contestando a crítica petista de que a alta dos juros agrava a crise econômica.
0,25 ou 0,50 ponto
A expectativa do mercado é que o BC eleve a taxa básica -em 14,25% ao ano desde julho de 2015-, em 0,5 ponto percentual, na reunião da próxima quarta-feira (20).
Alguns economistas e, principalmente, assessores próximos da presidente defendem que a taxa não suba não só por causa da recessão no Brasil mas também pelo risco de agravamento do cenário internacional, com uma desaceleração mais forte da China e a queda do petróleo.
Se o mundo cresce menos, agrava-se a recessão -o que tira pressão da inflação.
Dentro do BC, técnicos contestam economistas que passaram a defender a manutenção dos juros. Afirmam que o órgão não pode só observar a inflação enquanto a contribuição do lado fiscal para baixá-la ainda é incerta.
Por causa do cenário instável, alguns analistas passaram a esperar alta de 0,25 ponto e que o BC indique no comunicado que o novo ciclo de alta pode ser mais longo se a inflação não cair. (Com informações da Folha de São Paulo).