Publicado em 18/03/2017 às 09:33, Atualizado em 17/03/2017 às 21:35
Confederação divulgou nota sobre Operação Carne Fraca.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) divulgou nota de posicionamento sobre a Operação Carne Fraca, deflagrada nesta sexta-feira (17) pela Polícia Federal, com foco na venda ilegal de carnes por frigoríficos no Brasil. Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins, representante de 110 mil trabalhadores da BRF (Sadia, Perdigão e Qualy) e de 130 mil trabalhadores da JBS (Seara e Friboi), manifestou "preocupação com os resultados da operação".
Para ele, os fatos revelados pela Operação, causou indignação nos trabalhadores. "Os fatos resultantes da referida investigação sobre esquema de propina de empresários ao Ministério da Pesca e Agricultura, e quanto à venda de carnes impróprias para o consumo são lamentáveis. Saber que empresas líderes de mercado e com forte atuação no exterior são protagonistas de uma prática perversa que coloca em xeque a saúde humana em detrimento da ganância nos causa indignação", explicou.
Situação trabalhista
O presidente também abordou a situação dos trabalhadores de frigoríficos na nota, e afirma que o esquema investigado não é diferente da situação e pressão às quais são submetidos os trabalhadores, que ocorre em detrimento do lucro das empresas. "Este tipo de prática ilícita e antiética não é diferente para com os trabalhadores que, por muitas vezes, são submetidos a pressões psicológicas e ritmos frenéticos de trabalho, com grande número de adoecimentos e acidentes, em detrimento do lucro da empresa".
Por meio da nota, e entidade também criticou o que chamou de sucateamento do Ministério Píblico do Trabalho. "O possível envolvimento do governo neste esquema nos traz insegurança e falta de credibilidade quanto a outros tipos de fiscalizações muito importante para nós, como as do Ministério do Trabalho, órgão sucateado há muitos governos. Na categoria da Alimentação, o setor que lidera o número de acidentes de trabalho é o de frigoríficos. Entre 2012 e 2014, o número de acidentes de trabalho cresceu de 18.226 em 2012 para 19.821 em 2014 (alta de 8,7%)".
Ele expressou preocupação para cobrar fiscalização do governo,"pelo fato de o Ministério do Trabalho alegar não ter estrutura para atender a demanda necessária para que trabalhadores possam desempenhar suas funções com saúde e segurança".
"Então, nosso manifesto não só aborda a preocupação com o que é repassado aos consumidores, mas também aos trabalhadores, que estão expostos diretamente às consequências da busca pelo lucro a qualquer preço, evidenciadas nesta operação", complementou.
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