Publicado em 20/09/2017 às 12:02, Atualizado em 20/09/2017 às 10:33
Todos os anos são registrados cerca de dez mil suicídios no Brasil e mais de um milhão no mundo (Conselho Federal de Medicina - CFM/OMS).
Os números impressionam. Citando estatísticas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e de entidades como a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a psicóloga do Hospital Nosso Lar em Campo Grande, Neomar Herculano de Souza, alertou para verdades e mitos relacionados ao suicídio. O ato de tirar a própria vida corresponde à terceira causa de morte entre os jovens com até 22 anos no Brasil, ficando atrás somente dos acidentes de trânsito e da violência urbana. "A cada 45 minutos uma pessoa se suicida no país, que já é o oitavo no ranking mundial", afirmou.
A psicóloga enfatizou que 95% dos casos podem ser evitados e que apenas 2% têm motivações ideológicas. "Temos que entender que o suicídio é um sintoma e que precisamos buscar as causas, que podem estar relacionadas aos transtornos mentais, a fatores genéticos e ambientais. Uma vez compreendidos os fatores e tratados, na grande maioria dos casos, não há mais o desejo de acabar com a própria vida", explicou Neomar, que tem experiência de 15 anos em saúde mental.
Ela faz parte da equipe multiprofissional do Nosso Lar, que dispõe de aproximamente 100 leitos para internação e também atende no Hospital Dia. "Após a internação, os pacientes continuam recebendo assistência para evitar que tenham recaídas. Em todas as etapas, é fundamental o apoio familiar", disse. Neomar ressaltou a importância da valorização da vida e da escuta amorosa como instrumentos de prevenção.
Para ela, é preciso deixar que as pessoas falem a respeito de angústias e pensamentos que remetam ao ato de colocar fim à vida. "Entre os mitos, estão a ideia de que quem fala não faz, de que é direito de cada um fazer o que quiser porque estaria exercendo o livre-arbítrio. Sabemos que, em muitos casos, as pessoas estão verdadeiramente doentes", analisou.
Segundo ela, a luz amarela acende quando há mudanças bruscas de comportamento, desinteresse repentino por aquilo que antes era motivador, condutas de risco, como dirigir embriagado, e isolamento. "É preciso buscar atendimento e apoio profissional", orientou.
Todos os anos são registrados cerca de dez mil suicídios no Brasil e mais de um milhão no mundo (Conselho Federal de Medicina - CFM/OMS).
Dia 5 de setembro passado, o advogado e professor Celso Luiz Rodrigues Catonio também esteve na Casa de Leis a convite da deputada para falar a respeito da prevenção, como parte das ações do Setembro Amarelo, e apresentou estatísticas relacionadas ao assunto.