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04/12/2016 às 09:00, Atualizado em 03/12/2016 às 20:36

Relatos de violência sexual crescem 123% no primeiro semestre de 2016

Essas ações explicam, por exemplo, o resultado de pesquisas como a que considera a mulher culpada pelo estupro que sofre.

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Desde 2013, os hospitais do SUS são obrigados à prestarem atendimento especializado às vítimas de violência sexual

Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

No primeiro semestre de 2016, o Ligue 180, serviço gratuito e confidencial que recebe denúncias de violência e orienta mulheres sobre seus direitos e sobre a legislação vigente, recebeu 67.962 relatos de violência, sendo 4,3% relatos de violência sexual.

A violência sexual não está relacionada apenas ao estupro. No primeiro semestre deste ano, foram relatados 291 casos de exploração sexual e 173 relatos de assédio sexual no trabalho.

Em comparação ao mesmo período do ano passado, o Ligue 180 teve aumento de 147% nos relatos de estupro, uma média de 13 relatos por dia e, em relação à exploração sexual, houve aumento de 28% . A média foi de 48 registros por mês.

"São as ações no dia a dia, que muitas vezes praticamos sem perceber, que fomentam a violência sexual, doméstica e até mesmo o feminicídio.

Essas ações explicam, por exemplo, o resultado de pesquisas como a que considera a mulher culpada pelo estupro que sofre.

É isso que precisamos combater", explicou a secretária de Políticas Especiais para as Mulheres, Fátima Pelaes.

Apoio à vítima

De acordo com a SPM, a mulher que sofre violência sexual pode optar por procurar delegacias comuns ou especializadas, mas, de maneira geral, o primeiro atendimento é feito pelo sistema de saúde.

A equipe de profissionais de saúde, capacitados para atender as vítimas de estupro, não pode exigir da mulher o Boletim de Ocorrência para realizar o atendimento.

Nesse tipo de agressão, a vítima pode se dirigir diretamente ao hospital para passar pelos procedimentos e evitar doenças.

No hospital, a mulher deve procurar o atendimento de urgência, pelo qual vai receber apoio psicológico e contraceptivos de emergência para prevenção de gravidez.

São administrados, também, medicamentos para a prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis, como a Aids.

A vítima também passa por exames médicos para diagnosticar outros vestígios de agressão, além da coleta do sêmen do agressor para investigação criminal.

Com o consentimento da mulher e após registro do Boletim de Ocorrência, o material coletado passará a compor o conjunto de provas criminais.

A Lei 12.845 de 2013 torna obrigatório o atendimento gratuito às vítimas de violência sexual por todos os hospitais que integram a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

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