Publicado em 10/09/2019 às 14:29, Atualizado em 10/09/2019 às 13:33
Em quatro dias, focos de incêndio subiram de dois para 111 no Estado.
A onda de calor e o tempo seco que persistem sobre o Estado desde o fim de semana têm feito o número de focos de queimadas subir novamente em Mato Grosso do Sul.
Conforme relatório do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no dia 4 de setembro, foram registrados apenas dois focos de queimadas no Estado. Já na quinta-feira (5), houve 27 focos, que aumentaram para 234 no sábado (7) e 111 no domingo (8). Ao todo, foram registrados 477 focos durante oito dias do mês de setembro, o que representa 19% da quantidade de todo o mês passado.
De acordo com o coordenador do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) em Mato Grosso do Sul, Márcio Yule, a situação mais crítica é na reserva Kadiwéu, entre Porto Murtinho e Bodoquena, no Pantanal. O último relatório disponibilizado pelo Inpe mostra 20 pontos de queimadas na região. A área tem 30 brigadistas treinados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, mas, mesmo assim, há uma preocupação com o avanço dos incêndios.
O Inpe também registrou quatro focos de queimadas na terra indígena Taunay/Ipegue, em Aquidauana, uma queimada na reserva Buriti, entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, e outra na terra indígena Cachoeirinha, em Miranda.
Segundo Yule, também há ocorrências de queimadas em Corumbá, com incêndios concentrados da BR-262 até a fronteira com a Bolívia, outro próximo ao Rio Paraguai, em Porto Morrinho, na Estrada Parque, na região do Porto da Manga e Nabiléque. “Preocupa bastante, porque a umidade está muito baixa, temperaturas altas e não há previsão de chuva, isso tudo favorece o fogo sem controle. Há uma suspensão da emissão de autorização de fogo controlado dentro do Pantanal até o fim de outubro, e fora do Pantanal está proibido até o fim deste mês. A gente tem atuado no combate diuturnamente; mês passado, foram mais de 130 combates, então, é uma situação bastante crítica, mas as brigadas têm feito o seu papel”, explicou.
Com informações do Correio do Estado
Ainda segundo o coordenador, o Estado conta com cerca de 100 brigadistas, distribuídos em cinco equipes, presentes nas reservas indígenas Kadiwéu, Limão Verde e em Corumbá. “Os meses mais críticos em MS são agosto e setembro, e de um tempo para cá, o mês de setembro tem sido mais crítico que o de agosto, inclusive. Por isso que preocupa. Mês passado, a gente já teve muitos focos e agora estamos no mesmo caminho”, disse.
PREVISÃO
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o clima seco deve continuar até quarta-feira. As temperaturas permanecem em gradual elevação e devem chegar a 43°C no norte e Pantanal e a 40°C na Capital.
Nos próximos dias, persistem as condições meteorológicas de forte subsidência (alta pressão, que promove o movimento descendente de ar de níveis superiores à superfície, inibindo o desenvolvimento de nuvens de chuva convectiva).
A umidade mínima deve ficar abaixo de 15%, especialmente em áreas do centro-norte do Estado, inclusive da Capital.