Publicado em 24/11/2022 às 11:00, Atualizado em 24/11/2022 às 13:03
Canal de notícias acendeu o alerta vermelho após a decisão da rede social em desmonetizar seus conteúdos
O clima é de completo desespero na Jovem Pan após o YouTube determinar na quarta-feira (23) a desmonetização de todos os canais da plataforma vinculados à emissora. A previsão de rombo no orçamento é gigante e os executivos já falaram internamente que se a situação não for revertida será impossível manter a atual estrutura em operação, e novos cortes serão inevitáveis.
A Jovem Pan é atualmente uma das empresas que mais lucram com o YouTube no Brasil. As transmissões ao vivo de alguns de seus programas atingem índices altíssimos de audiência na plataforma, gerando uma receita substancial para o caixa da emissora, responsável por pagar os salários de muitos funcionários.
Mas a plataforma de vídeos decidiu desmonetizar todos os canais da emissora após uma série de denúncias apontarem que o programa Os Pingos Nos Is era um canal de desinformação, com ampla propagação de fake news. A atração, inclusive, foi alvo de uma ação do TSE, que resultou no afastamento de seus antigos apresentadores durante o período eleitoral.
Augusto Nunes, Ana Paula Henkel e Guilherme Fiúza foram demitidos logo após a derrota de Bolsonaro para Lula no segundo turno. E o YouTube também decidiu punir a Jovem Pan por conta deste programa. Mas em vez de desmonetizar somente o canal que transmitia Os Pingos nos Is, a rede social aplicou sua "sentença" para todos os canais vinculados à rede de Tutinha.
Não é segredo que o governo de Jair Bolsonaro colaborou muito para o crescimento da Jovem Pan no país. De emissora de rádio, ela evoluiu para um canal de TV, recebendo as "bênçãos" do chefe do Executivo e se tornando basicamente a "casa" do presidente derrotado democraticamente nas urnas.
Ao contrário de outras redes de TV, que têm a publicidade como sua principal fonte de renda, a Jovem Pan não goza de fortes laços comerciais com companhias de grande porte, e a maior parte das ações de merchandising veiculadas em seus programas são de empresas desconhecidas e de menor porte. Ou seja, são insuficientes para sustentar o caixa.
O YouTube é um pilar importantíssimo para sua sobrevivência. E a perda desta receita preocupou a todos, desde os funcionários aos donos da rede, que tentarão reverter a decisão da plataforma antes de promover mais uma onda de demissões. Caso não consiga, antes mesmo do Natal a Jovem Pan reduzirá consideravelmente seu quadro de funcionários.
Com informações do Portal IG