Publicado em 21/12/2019 às 13:30, Atualizado em 21/12/2019 às 10:54
A defesa da jornalista não se manifestou.
A entrevista que a jornalista Izabella Camargo deu ao programa "Pânico", na Jovem Pan Fm, no último dia 9, pode se tornar absurdamente cara. Talvez uma das mais caras de todos os tempos. Como esta coluna antecipou com exclusividade no mês passado, contrato assinado entre Globo e Izabella, a jornalista receberia uma indenização de R$ 1 milhão.
Só que havia condições: ela não poderia mais criticar a emissora e tampouco associá-la à doença que ela sofre (síndrome de Burnout). A data definida para o pagamento da indenização foi nesta sexta (20). Em vez de depositar R$ 1 milhão, advogados da emissora alegaram que a jornalista descumpriu o acordo na entrevista à Jovem Pan. "As declarações possuem nítido tom difamatório e depreciativo", diz a defesa da Globo em petição enviada à 24ª Vara do Trabalho.
Alegando quebra de contrato, a emissora pediu e foi autorizada pela juíza Raquel Marcos de Simões a depositar apenas metade do valor acordado em uma conta judicial. A juíza concedeu cinco dias para que a jornalista apresente explicações sobre sua entrevista ao "Pânico". Procurados, os advogados de Izabella Camargo disseram não poder comentar o assunto porque o processo corre em segredo de Justiça.
Segundo a petição enviada pelo Grupo Globo, o artigo 15 do contrato firmado entre as partes previa que, "na hipótese de descumprimento da obrigação (contratual ficou estipulado o pagamento de multa de 50% sobre o valor total do acordo". Os advogados da Globo citam duas passagens. A mais grave (para a emissora) é quando ela diz: "Quando eu cheguei da minha licença médica e fui dispensada, cara, aquilo foi um golpe, foi a coisa mais violenta que aconteceu na minha vida até hoje. Foi mais do que assalto a mão armada".
Um dos entrevistadores então pergunta: "Na Rede Globo? Então ela confirma. Longo caso Izabella Camargo, 38 anos, foi demitida no ano passado e reintegrada neste ano por ordem judicial. Pouco antes ela havia tirado licença médica, pois sofre, comprovadamente, uma doença causa por estresse e tensão máxima, chamada síndrome de Burnout.
A doença é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde. Ela trabalhou na Globo por cerca de seis anos. Em algumas ocasiões chegou a trabalhar para até quatro telejornais no mesmo dia, entre Globo e GloboNews.
Estafada, acabou tirando licença médica. Logo após voltar, foi demitida. Moveu ação e a Justiça mandou a emissora reintegrá-la.
Após a reintegração ficou "encostada" no site G1, do grupo. Acabou fazendo o acordo que ora é acusada de quebrar. (Com informações do site UOL).