Na safra 2015/2016 a Odebrecht Agroindustrial processou em suas três unidades em Mato Grosso do Sul: Santa Luzia (Nova Alvorada do Sul), Costa Rica (Costa Rica) e Eldorado (Rio Brilhante), 11,580 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o equivalente a 23,84% de toda a produção do estado na temporada, que foi, conforme a Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul), 48,557 milhões de toneladas.
Já no ciclo 2016/2017, que está em andamento, a projeção da empresa é ampliar a moagem no estado em 7%, elevando o processamento para 12,400 milhões de toneladas. Dentro da estratégia de ampliação da produção traçada pela companhia, vem ganhando importância a compra de matéria-prima que é produzida por produtores parceiros.
Segundo o vice-presidente de Parcerias Agrícolas da Odebrecht Agroindustrial, Fabiano Zillo, atualmente cerca de 22,45% da cana moída pela empresa no estado, o equivalente a 2,600 milhões de toneladas, vem de parceiros, mas a meta da companhia é que até 2022 chegue a 40%.
Os contratos firmados com os parceiros, conforme Zillo, são de longo prazo, de 7 a 12 anos, o que representa de um a dois ciclos produtivos completos para a cana. Além desta estabilidade e segurança tanto para quem compra quanto para quem vende o produto, ele cita como uma das principais vantagens deste modelo de negócio, a redução do risco da atividade agrícola, que passa a ser compartilhado.
“Além da remuneração, os parceiros recebem ainda suporte para o desenvolvimento do plano de negócios e apoio técnico da empresa para que melhorem os índices de produtividade e qualidade do canavial”, ressalta, completando o sistema também gera impactos positivos para a economia das regiões onde as plantas estão instaladas.
“Nossos fornecedores compram mais produtos e serviços das empresas e do comércio local. Isso estimula a criação de novos empregos, a geração de renda e estimula a economia destas cidades, promovendo o desenvolvimento regional”, analisa.
As três unidades unidades de Mato Grosso do Sul juntas têm, conforme a empresa, 26 fornecedores com contrato. Esses parceiros cultivam 43 mil hectares com cana-de-açúcar.
Uma das principais fornecedores é a empresa agrícola Agroterenas, que desde 2010 fornece matéria-prima para Odebrecht Agroindustrial em Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente da empresa, José Eugênio de Rezende Barbosa Sobrinho, são 15 mil hectares cultivados com cana-de-açúcar em Deodápolis, a 245 quilômetros de Campo Grande, para abastecer as usinas Eldorado e Santa Luzia.
Ele conta que sua família produz cana-de-açúcar e laranja no interior de São Paulo desde a década de 40 e que decidiu investir em Mato Grosso do Sul, mais especificamente na região de Deodápolis, em razão das características de solo e clima da região, que têm bom volume de chuva e solos de qualidade média a boa, além do potencial de crescimento da atividade.
“O setor [sucroenergético] enfrentou nos últimos dois, três anos, um momento complicado, mas agora está se reequilibrando, tendo uma melhor relação de margens e custos, e uma melhor rentabilidade. Parcerias como essa com a Odebrecht, de longo prazo, e a perspectiva que a empresa aponta para ampliar a compra de fornecedores para até 40% do volume moído nos dão maior segurança para investir, pois demonstram que os desafios vão ser superados e o crescimento será retomado”, analisa.
Em junho deste ano a própria Odebrecht Agroindustrial concluiu um processo de restruturação de capital. No processo, houve uma capitalização de R$ 6 bilhões da Odebrecht S.A. na empresa, sendo R$ 2 bilhões por meio de aporte de ativos e R$ 4 bilhões em aporte financeiro.
A operação, conforme a companhia, permitiu além da redução da alavancagem da empresa e a adequação dos prazos dos financiamentos com a capacidade de geração de caixa da empresa, por meio do alongamento da dívida.
Reunião em Campo Grande
Nesta quinta-feira (13), a Odebrecht reuniu em Campo Grande fornecedores de matéria-prima dos quatro estados em que atua: Mato Grosso, São Paulo e Goiás, além de Mato Grosso do Sul. O evento teve o objetivo de estreitar o relacionamento da empresa com seus parceiros, possibilitando a troca de experiências e boas prática, trazendo à tona temas relevantes para toda a cadeia.
“Nossa intenção é fortalecer a relação com estes parceiros que confiaram em nós e aceitaram o desafio de produzir com qualidade nas novas fronteiras”, destaca o vice-presidente de Parcerias Agrícolas, completando que a companhia exige que os parceiros também tenham compromisso com a sustentabilidade, assim como a própria empresa, de modo a assegurarem respeito com aspectos ambientais e sociais, além dos econômicos.
Os fornecedores que atendem a empresa tem dois perfis distintos. Um é formado por grandes produtores que se responsabilizam por toda a operação agrícola e tem capacidade para entregar mais de 200 mil toneladas por ano. O segundo é composto por produtores de pequeno porte, com os quais, a companhia compartilha a produção e os resultados do canavial.
Na safra passada, a empresa contabilizou 31 parcerias agrícolas nos estados em que atua, adquirindo um total de 4,9 milhões de toneladas, o equivalente a 17% do total de moagem de todas as suas unidades no período.
G1 MS
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