Publicado em 27/04/2018 às 10:31, Atualizado em 27/04/2018 às 14:18
Veterinária esclarece as principais causas do abandono e destaca a importância da conscientização para combater o problema
A Organização Mundial da Saúde estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados.
Julia Camargo de Oliveira, médica veterinária do Hospital Veterinário Dog Saúde, aponta que entre as principais causas de abandono estão os problemas de saúde, que têm um aumento significativo quando a idade dos pets avança, a falta de orientação em relação a castração e o mau comportamento dos animais.
Problemas de saúde em animais idosos
A veterinária afirma que é muito comum os animais idosos começarem a ter problemas de saúde, acarretando em gastos maiores para os seus tutores “É um momento em que os pets requerem cuidados extras e, infelizmente, nem todo mundo está disposto a investir mais tempo e dinheiro para cuidar dos animais.”
Falta de orientação sobre a castração
Julia conta que a falta de informações e esclarecimentos sobre a castração, como forma de prevenção de doenças e procriação indesejada, também é um dos fatores que contribuem para o aumento do número de pets abandonados.
“As pessoas se esquecem que há um grande risco das gatas e cadelas ficarem prenhas e gerarem por volta de seis a oito filhotes.” Quando eles nascem, nem sempre é fácil conseguir a doação de todos.
Mau comportamento dos pets
Os animais precisam de espaço, passeios diários, afeto e brincadeiras. “Há tutores que não entendem essas necessidades ou, devido as demandas diárias no trabalho, não têm tempo para todos esses cuidados”, esclarece a especialista.
A energia acumulada e a falta de carinho podem fazer com que os animais fiquem agitados. Sem espaço e rotina adequados, é comum que eles aprontem, comam móveis ou tenham outros comportamentos que acabam deixando seus tutores irritados. “Infelizmente algumas pessoas sentem que isso já é uma justificativa para abandonar o animal”, lamenta a veterinária.
Animais hiperativos precisam gastar mais energia; por isso, é preciso investir em passeios diários e levá-los para espaços amplos, onde eles possam estar em contato com a natureza, brincar e ao mesmo tempo se acalmar.
Assim, quando chegam em casa, estão cansados e não aprontam tanto. Em alguns casos, o adestramento feito por profissionais especializados em comportamento animal se torna indispensável. “Quando o adestrador pode contar com o proprietário, a melhora é rápida e extremamente positiva!”
Conscientização e educação
A veterinária destaca que o abandono de animais é crime e que a conscientização e educação são fundamentais para mudar esse cenário. É preciso fazer escolhas responsáveis, já que os animais não se cuidam sozinhos e ter em mente que a vida média de um animal é de cerca de 15 anos. “O animal é como um filho, um membro da família, por isso deve ser cuidado até o último dia de vida”, conclui.