Publicado em 19/07/2017 às 15:32, Atualizado em 19/07/2017 às 15:59
O objetivo do treinamento é compartilhar técnicas para fortalecer o combate ao crime organizado na fronteira.
Na segunda-feira (17.7), o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, recebeu no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, o comandante-geral da Polícia Nacional Boliviana, Abel Galo De La Barra Cáceres, e o diretor do Departamento de Força Especial de Luta Contra o Crime de Santa Cruz, Gonzalo Felipe Medina, em uma solenidade que marcou a abertura oficial do Estágio de Patrulha em Ambiente Rural, que será oferecido à Polícia Nacional Bolívia.
O objetivo do treinamento é compartilhar técnicas para fortalecer o combate ao crime organizado na fronteira, principalmente após o assalto ao carro-forte ocorrido no dia 30 de março deste ano, em Roboré, aproximadamente 250 quilômetros da linha internacional com Mato Grosso do Sul. No Brasil essa modalidade de roubo é conhecida como “novo cangaço”.
José Carlos Barbosa explicou que desde o mês de abril, quando esteve na Bolívia para receber o “Emblema de Oro”, iniciou a discussão com as forças para que fosse realizado o estágio. “O curso será patrocinado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) para 18 policiais bolivianos, e tem como objetivo prepará-los para a luta contra o crime organizado na selva. Esse trabalho que coloca os policiais em regiões de difícil acesso, objetiva nesse intercâmbio preparar também os policiais bolivianos, que congregam da mesma luta que é o enfrentamento ao crime organizado”, disse o secretário.
O estágio que já é o resultado do acordo firmado tem o intuito de combater os crimes transnacionais como o tráfico de drogas, de armas, de pessoas e roubos de veículos, além da realização de operações em conjunto.
O comandante-geral da Polícia Nacional Boliviana, Abel Galo De La Barra, disse que a violência não tem fronteiras, e esse trabalho que está sendo realizado entre os dois países é fundamental para proporcionar mais segurança para a sociedade, seja de um país ou de outro.
“Com esse treinamento vamos adquirir mais experiência para o combate na selva, trocando informações e melhorando nossas estratégias e táticas. Nas operações policiais lutando contra o crime organizado, acreditamos que a experiência que o Brasil tem vai nos ajudar para que possamos adquirir mais conhecimento, e diminuir os crimes que ameaçam a Bolívia. E, por isso, estamos aqui. Estamos lutando contra os bandidos, mas nos falta a técnica que tem o Brasil contra essas organizações criminosas. Essa parceria será de fundamental importância proporcionando melhores resultados em nosso país”, afirmou De La Barra.
Composto por duas fases distintas, entre prática e teoria, o curso tem previsão de 67 horas/aula, e vai especializar 18 oficiais da Polícia Nacional da Bolívia.
De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Waldir Ribeiro Acosta, o treinamento será voltado para compartilhamento dos conhecimentos das ações realizadas durante ocorrências policiais de alta complexidade em ambiente rural, mais especificamente no atendimento das ações conhecidas no meio policial como “novo cangaço”, que se diferencia das demais pelo quantitativo de infratores da lei envolvidos, bem como pelo grande poderio dos armamentos utilizados.
“Vamos auxiliá-los no rastreamento de criminosos e patrulhas rurais em matas, para que estejam preparados tanto para o policiamento preventivo quanto para o ostensivo, além do combate ao tráfico de drogas que é o principal motivador da violência na fronteira. Ações como essa nos aproximam mais, o que facilita a troca de informações e buscas por suspeitos, sem a necessidade de grande burocracia”, explicou o comandante do Bope, coronel Wagner Ferreira da Silva.
O treinamento que começou na segunda-feira (17.7) termina no sábado (22.7).