Publicado em 15/02/2018 às 09:00, Atualizado em 14/02/2018 às 19:37
Escola de Nilópolis fez críticas à corrupção e à exclusão social no país.
No Carnaval dos protestos, a Beija-Flor veio para chocar com um desfile de tom político e conquistou o título deste ano do Grupo Especial do Carnaval do Rio nesta quarta-feira (14). Tuiutí e Salgueiro ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Nas palavras do pesquisador de Carnaval Fabio Fabato, a escola colocou na avenida um desfile na linha "contra tudo o que está aí". Havia fantasias criticando impostos altos, uma alegoria representando a Petrobras, ratos em referência a políticos e encenações da rotina de violência no Rio, com representações de crianças em caixões e mães chorando por seus filhos policiais mortos.
Neguinho da Beija-Flor, lendário puxador de samba da escola, comemorou a conquista dizendo que o título se justifica pela "crítica ao que está acontecendo no país, poucos com muito e muitos com pouco", disse.
A agremiação de Nilópolis fez sucesso com o público, que seguiu cantando o samba após o fim do desfile e chegou a receber até aplausos de um grupo de jurados, com um enredo que teceu críticas à corrupção no Brasil.
Com o título, a Beija-Flor repete feito de 2003, quando fez um Carnaval em homenagem ao então presidente Lula, que acabara de assumir. Foi o último desfile de tom político no Rio de Janeiro. A passagem da escola pela Marquês de Sapucaí foi um desfile-manifesto. Um dos carros, que teve como tema o "caos social" no Brasil, apresentou a estátua de um pedinte bêbado e presidiários com telefones celulares.
Fonte - Folhapress