Publicado em 26/01/2017 às 16:29, Atualizado em 26/01/2017 às 16:18
Os advogados de Marcão, no entanto, afirmam que ela não poderia rescindir seu contrato unilateralmente por ao menos dois motivos.
O ex-apresentador do "Balanço Geral" edição DF Marcos Paulo Ribeiro de Morais, o Marcão do Povo, decidiu notificar extra-judicialmente a emissora para exigir o cumprimento de seu contrato de três anos (terminaria no segundo semestre de 2019).
Marcão foi demitido por justa causa no último dia 18, depois que chamou a cantora Ludmilla de "macaca" por duas vezes, nos dias 9 e 17 de janeiro, durante quadro do "Balanço Geral".
Apesar da grande repercussão, somente no dia 18 a Record DF emitiu nota e informou que repudiava a atitude do apresentador e que optava em rescindir seu contrato.
Os advogados de Marcão, no entanto, afirmam que ela não poderia rescindir seu contrato unilateralmente por ao menos dois motivos:
1º) Eles alegam que o cliente não quis fazer uma ofensa racial, e que usou uma expressão tão comum como dizer que alguém "está com a macaca";
2º) Mesmo que Marcão tivesse cometido um delito, a Record DF somente poderia lhe dar uma advertência ou até mesmo suspendê-lo, mas jamais demiti-lo sumariamente.
Marcão se desculpou publicamente com Ludmilla, mas insiste que foi mal interpretado.
Chamado pela emissora, ele se recusou a assinar a demissão e agora ameaça com um processo que pode chegar a R$ 10 milhões, segundo esta coluna apurou nesta quinta-feira. A notificação extra-judicial é uma última tentativa do jornalista e ex-político em fazer um acordo amistoso.
Só de contrato ainda por cumprir Marcão teria de receber cerca de R$ 3,5 milhões, conforme antecipou o site Na Telinha.
Caso a emissora mantenha a decisão, seus advogados deverão exigir o pagamento em dobro do contrato na Justiça Trabalhista, além de indenizações por danos materiais e morais na Justiça Civil.
Outro Lado
Procurada pela coluna, a Record disse que não vai se manifestar sobre o assunto.
Marcão é uma personalidade polêmica. Ex-apresentador da Band, ex-deputado estadual pelo Tocantins, ele já sofreu várias denúncias no passado e chegou a ter seus direitos políticos suspensos pela Justiça Eleitoral em 2010, por abuso de poder econômico, conforme esta coluna informou com exclusividade no ano passado.