Se Angélica e Luciano Huck pudessem dar apenas um conselho sobre a vida, seria aproveitar cada minuto com qualidade. Depois de sofrer um acidente aéreo ao lado dos três filhos, Joaquim, Benício e Eva, o casal conta que começou a encarar a vida de outra forma. "A gente quase morreu num domingo de sol, com um dia lindo, num voo de 15 minutos, voltando pra casa. Você ter uma agenda cheia amanhã não significa que você não pode morrer hoje, a vida tem que ser vivida", disse o apresentador do Caldeirão em entrevista no Programa do Jô.
Angélica explicou que muita coisa mudou para ela com essa experiência. Além do medo de andar de avião, ela mudou alguns hábitos para conseguir superar o trauma, com aulas de ioga e meditação. "Acho que fiquei realmente um pouco traumatizada com a situação toda", contou ela, que frequentemente conversa com a família sobre o acidente.
Com tudo o que aconteceu, eles resolveram procurar ajuda de um psicólogo para entender como isso tinha afetado a vida dos filhos. "O que eu falo dessa experiência é que é uma coisa tão forte que não fica registrada na memória, é uma coisa meio celular, é muito profunda", disse Luciano, ao explicar que as crianças encararam a situação de uma forma menos pesada. E completa: "Cada um vai processar esse sentimento de um jeito diferente, mas tudo o que eles viram a gente viu, tudo o que eles ouviram a gente ouviu também. Desde então, a gente conversa muito sobre esse assunto, é muito recorrente nas nossas vidas".
O apresentador ainda detalhou para Jô Soares como foram os segundos antes da queda. "Quando não tinha mais jeito, que eles tavam gritando muito atrás e que eu virei e falei ‘a gente não vai pousar, a gente vai cair’, veio uma coisa na cabeça. Você nunca tinha visto alguém cair de avião e ficar inteiro", relembrou ele, que diz ter na memória os detalhes de cada momento.
O casal ainda falou sobre o "silêncio pré-morte", a experiência mais marcante na memória deles antes da queda. "Antes do primeiro impacto no chão, fez-se um silêncio dentro do avião, que não sei explicar que silêncio é esse", disse a apresentadora. Ela contou que a família sempre conversa sobre esse momento. "É um silêncio coletivo de uma paz pré-morte, que graças a Deus foi só isso, porque a gente tá aqui, mas teve um silêncio que é muito louco, que acho que deve ser um silêncio que as pessoas sentem quando vão embora", explicou.
Hoje, depois de mais de um ano do acidente, eles tentam tirar coisas boas dessa experiência, principalmente em dar mais valor à vida. "A gente perde muito tempo, ainda mais nesse mundo que a gente vive, de televisão, então acho que o que eu tenho com ela [Angélica] e o que a gente tem com as crianças é uma relação de verdade mesmo, é minha parceiraça pra vida toda. Me divirto, dou risada, falo coisas legais, isso que vale. No final, o que vale é você buscar sua felicidade", defendeu Luciano. Angélica concordou com o marido: "Ir vivendo é muito pouco, você tem que ir vivendo com qualidade. É isso o que eu busco hoje".
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