O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Superior Tribunal Eleitoral (TSE) proibiu o Partido dos Trabalhadores de financiar o 'impulsionamento de uma peça publicitária da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)' que descreve Jair Bolsonaro (PL) como "tchutchuca" e "mau militar". A informação é do Portal de Noticias IG.
Impulsionamento é o termo utilizado quando a pessoa ou empresa paga para o 'Google' ou plataformas de redes sociais (Facebook, Instagram, Tiktok) para que esse conteúdo seja divulgado com maior intensidade e público alvos na internet, alcançando mais visualizações.
Essa prática está autorizada nessa eleição, porém esses conteúdos não podem conter propaganda crítica aos adversários políticos. A campanha só poderá ser exibida de forma orgânica na internet sem que haja impulsionamento patrocinado. A decisão foi feita através de um pedido da campanha de Bolsonaro para retirar e suspender a veiculação da peça publicitária.
Leia trecho da decisão:
"Não obstante viável a realização de propaganda eleitoral com conteúdo crítico a adversário político, o seu impulsionamento na Internet é proibido pela legislação eleitoral e pela jurisprudência desta Corte Superior. Com efeito, a contratação de serviço de impulsionamento de conteúdo para tecer críticas a adversários viola o disposto no art. 57-C, § 3º, da Lei 9.504/1997, visto que o mencionado dispositivo estabelece que tal serviço só pode ter o fim de promoção ou de beneficiar candidatos ou suas agremiações", diz trecho da decisão do ministro Sanseverino, citando a lei eleitoral.
O ministro havia negado o pedido da campanha de Bolsonaro para suspender totalmente a exibição da propaganda. Porém, o ministro não acatou o pedido por entender que o material "veicula interpretações críticas sem desbordar dos limites legalmente estabelecidos, porquanto ancoradas em um conjunto de frases efetivamente ditas por ele e de matérias jornalísticas veiculadas na imprensa sobre sua atuação profissional ou sobre investigações acerca de seu patrimônio".
A propaganda tem início com a frase "Conheça a verdade sobre o atual Presidente Bolsonaro". A partir de então, a peça busca trazer o histórico do presidente, não o de 'atleta', mas sim o de político e militar.
A narrativa do PT na peça aposta na imagem de Bolsonaro foi um mau militar. Relembra que o presidente foi preso por indisciplina e até mesmo processado pelo Exército por planejar jogar bombas e quartéis.
Em estilo reportagem, a campanha intercala momentos com frases do próprio Bolsonaro, quando ele afirma defender a tortura e dizer que 'nunca foi honesto'.
Além do histórico mais antigo do presidente, o PT apostou na divulgação de escândalos recentes envolvendo Jair e também seus familiares, muitos ativos na vida publica e política. Destaque para a compra de imóveis por sua família com dinheiro vivo.
Em tom provocativo, a peça descreve o atual presidente como um homem agressivo com mulheres, mas que age como "tchutchuca" do centrão. Para o PT, Bolsonaro foi eleito em 2018 com uma campanha marcada pelo ódio, mentiras e fake news e incompetência.
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