Os trabalhadores com menos escolaridade sentiram com mais força os impactos da pandemia afetarem a renda familiar. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), organizado pela consultoria IDados, os empregados que não conseguiram completar o ensino médio tiveram quedas de até 25% em relação ao que costumavam ganhar anteriormente por mês.
Até maio, a pesquisa havia registrado que a maior perda de renda obtida pelo trabalhador em média, independente da escolaridade, era de 18%. Em junho e julho essa queda foi aliviada graças a retomada gradual da economia, indo para 17% e depois 13%, respectivamente.
Para fazer a conta, o IBGE perguntou o valor que o trabalhador estava habituado a receber naquele mês e quanto entrou de fato. Trabalhadores informais contaram com o auxílio emergencial, que já foi de R$ 600 e agora será de R$ 300 até o fim do ano, mas a média continua preocupante.
A diferença da perda de remuneração entre os menos instruídos - que não completaram o ensino fundamental - e os que fizeram faculdade é de oito pontos percentuais.
Na prática, entre maio e julho, esses trabalhadores tiveram que se virar com R$ 431 a menos por mês, o equivalente a 40% de um salário mínimo (R$ 1.045).
A pandemia não afetou somente os trabalhadores com menos escolaridade. Entre os trabalhadores formais, quase um quarto (9,5 milhões) teve o contrato suspenso ou a jornada de trabalho reduzida, segundo informações do Ministério da Economia. Ainda que o governo tenha tentado amortecer as agruras com compensação de salário para esse grupo, brasileiros com ensino superior e melhores cargos chegaram a perder de 14% a 10% na renda entre maio e julho.
Fonte - Terra
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