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23/08/2024 às 06:35, Atualizado em 22/08/2024 às 18:38

População do Brasil vai encolher após 2041, projeta IBGE

De 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar ainda mais

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Foto - Reprodução Agência Brasil

As primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo Demográfico 2022 , divulgadas nesta quinta-feira (22), estimam que a população do Brasil vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220.425.299 habitantes.

Após 2041, as projeções indicam que população do país deve diminuir e chegar aos 199.228.708 habitantes em 2070.

Segundo a gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, o encolhimento será bastante desigual regionalmente. “A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”.

Os estados do Rio Grande do Sul e Alagoas serão os primeiros a diminuir sua população em 2027. Em seguida, será a vez do Rio de Janeiro, em 2028. Por outro lado, Mato Grosso deve ser o último estado a desacelerar, com projeções apenas após 2070. Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir os habitantes em 2064.

O estudo ainda revela que, a idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070. Além disso, de 2000 para 2023, a taxa de fecundidade caiu de 2,32 para 1,57 filho por mulher, e deve recuar até 1,44 em 2040.

Para Izabel, “a principal importância das Projeções é informar qual é a população do país a cada ano, pois os censos demográficos ocorrem apenas a cada dez anos. Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”.

Taxa de fecundidade

A taxa de fecundidade do país em 2023 caiu para 1,57 filho por mulher. Segundo as Projeções de População 2024, a proporção do país era de 2,32 filhos por mulher em 2000, mas recuou para 1,75 filhos por mulher em 2010 e chegou a 1,57 em 2023.

A previsão é de que próximos anos essa taxa diminua para 1,47 em 2030 e atinja o menor número em 2041, chegando a 1,44 filho por mulher.

A partir de 2050, as projeções sugerem um leve aumento na taxa, que deverá atingir 1,45 em 2050, 1,47 em 2060 e 1,50 em 2070.

Em 2023, as regiões com as taxas de fecundidade mais altas foram Norte (1,83) e Centro-Oeste (1,71). O Nordeste (1,56), o Sul (1,56) e o Sudeste (1,48) registraram taxas mais baixas. Entre os estados, a taxa de fecundidade mais alta ocorreu Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39).

Mortalidade infantil

De acordo com as Projeções de População, a mortalidade infantil cairá para 5,8 óbitos por mil em 2070.

A taxa engloba a mortalidade de crianças com até um ano de idade, e já recuou de 28,1 óbitos por mil nascidos vivos em 2000, para 12,5 óbitos por mil, em 2023. “Trata-se de uma redução importante desse indicador, que reflete as condições de saúde do grupo etário mais vulnerável da população” ressalta Izabel.

As Projeções de População do IBGE baseiam-se em informações de várias fontes, incluindo os três censos demográficos mais recentes (2010, 2010 e 2022), a série histórica das Estatísticas do Registro Civil (que começou em 1974), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), ambos geridos pelo Ministério da Saúde, entre outras fontes. Esses dados são utilizados para monitorar as mudanças nos padrões demográficos do país.

Com informações da Agência Brasil

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