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28/11/2024 às 09:30, Atualizado em 27/11/2024 às 16:09

Polícia Federal aponta conexão entre atentado suicida em Brasília e tentativa de golpe de Estado

O relatório descreve quatro ataques violentos como resultado do ambiente de radicalismo fomentado pelo grupo

O relatório final da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e 36 aliados, incluindo diversos militares, detalha a existência de um ambiente de radicalização promovido por ataques sistemáticos ao Estado Democrático de Direito. O documento, com mais de 800 páginas, foi tornado público na terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e está sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) para possível apresentação de denúncias.

O relatório descreve quatro ataques violentos como resultado do ambiente de radicalismo fomentado pelo grupo.

– Diplomação de Lula e Alckmin (12 de dezembro de 2022)

No dia da diplomação de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin, apoiadores de Bolsonaro acampados em frente ao Quartel General do Exército em Brasília promoveram atos de vandalismo. Carros foram incendiados e ônibus depredados em manifestações próximas à sede da Polícia Federal.

Tentativa de atentado com bomba (24 de dezembro de 2022)

Um caminhão-tanque cheio de querosene de aviação foi alvo de um plano terrorista próximo ao aeroporto de Brasília. O detonador falhou, evitando uma tragédia de grandes proporções.

– Ataque às sedes dos Três Poderes (8 de janeiro de 2023)

No maior episódio registrado, milhares de apoiadores invadiram e depredaram os prédios do Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. As imagens do ataque repercutiram mundialmente.

– Atentado suicida na Praça dos Três Poderes (13 de novembro de 2023)

O mais recente ataque foi realizado por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tio França”, que detonou explosivos na Praça dos Três Poderes, levando à própria morte. Apesar de ser uma ação isolada, o relatório aponta que o ato reflete o ambiente de radicalização criado por discursos de deslegitimação das urnas e instituições.

O relatório destaca que Bolsonaro teve participação ativa nos planos golpistas, sendo beneficiário direto das tramas para impedir a posse de Lula. Entre as provas listadas estão:

Minuta do golpe: Documento encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres antes da intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Reuniões nos palácios: Encontros no Planalto e Alvorada com membros do governo e militares demonstram a articulação do plano.

Delator Mauro Cid: O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revelou informações apresentadas sobre os planos.

Planos golpistas: Operações como o “Punhal Verde e Amarelo” e a “Copa 2022” planejaram atentados contra figuras-chave, incluindo Lula e o ministro Alexandre de Moraes.

Apesar da pressão, o relatório aponta que o golpe não foi previsto devido à posição firme de comandantes como Freire Gomes (Exército) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), que optaram por respeitar os valores democráticos.

A PGR deve decidir se denunciar Bolsonaro e os outros 36 indiciados com base no relatório da PF. Caso as denúncias sejam aceitas, o ex-presidente e seus aliados poderão responder por crimes como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e terrorismo.

Com informações do SBT News

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