Publicado em 12/04/2023 às 12:33, Atualizado em 12/04/2023 às 10:36
Grupo afirmou que fará reivindicações ao governo federal
Lideranças do MST ( Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ) afirmaram nesta terça-feira (11) que não há intenção de iniciar uma série de ocupações de terras pelo país durante o mês de abril. Porém, o grupo declarou que eventuais ocupações podem ocorrer, dependendo das decisões dos diretórios estaduais.
“Não tem nenhuma nova jornada de ocupação de terra sendo feita”, falou João Paulo Rodrigues, membro da direção nacional do MST, em entrevista coletiva. Ele relatou que o movimento fará atos, marchas e assembleias para reivindicar ações políticas e orçamentárias do governo federal.
Na próxima semana, lideranças do MST vão se encontrar com ministros e diretores da União para dialogar sobre reivindicações. O grupo entende que ajudaram a eleger o atual governo e é fundamental que os dois lados sigam com boa relação.
O movimento exige a indicação de novos superintendentes e diretores em dez estados do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão responsável por cuidar dos processos de regularização de assentamentos. Uma lista com nomes foi apresentada ao governo.
“É urgente e necessário que a gente nomeie as superintendências e os outros cargos. Para que a gente comece uma reestruturação do Incra”, disse Ceres Hadich, membro da direção do MST.
“Este ano, o Incra começa o serviço com R$ 205 milhões. É verdade que não queremos que o Incra tenha R$ 4 bilhões hoje, mas o governo Lula tem que apresentar um plano de assentamento em terras públicas. A nossa vontade era que o governo pudesse apresentar ainda em abril, mas não depende de vontade política, depende de Orçamento”, falou João Paulo Rodrigues.
Posição do MST
O MST decidiu se posicionar após o vídeo do diretor nacional do movimento, João Pedro Stedile. Na segunda (10), o integrante do grupo afirmou que ocupações ocorreriam em todo país.
“Nesse mês de abril, nosso movimento fará muitas manifestações em defesa da reforma agrária”, discursou Stedile. “Haverão mobilizações em todos os estados, em todos os estados, sejam marchas, vigílias, ocupações de terras, as mil e uma formas de pressionar que a lei, que a Constituição seja aplicada, e que latifúndios improdutivos sejam desapropriados e entregues para as famílias acampadas”.
O MST tem 80 mil famílias ocupadas e o líder do movimento quer que terras improdutivas sejam desocupadas para que milhares de pessoas possam ter lugar para morar e produzir alimentos de boa qualidade.
“A nossa reivindicação é que sejam desapropriados, o mais urgente possível, os latifúndios improdutivos para resolver o problema das famílias acampadas e criar espaço para produção de alimentos saudáveis”, comentou. “É obrigação do MST de seguirmos organizando os trabalhadores para que eles lutem por seus direitos”.
Com informações do Portal IG