MDB pretende emplacar '3ª via' e tenta evitar aproximação de lideranças com Lula

O MDB lançou, nesta quarta-feira (25), um documento chamado ‘’Todos por um só Brasil’’, que simboliza o direcionamento da legenda em prol de uma opção que não seja Lula nem Bolsonaro.

Conforme o Estadão, a iniciativa é também uma tentativa de frear aproximação de lideranças do MDB com o ex-presidente Lula.

Segundo o texto, o petista já conversou com caciques do partido, como Roseana Sarney, o ex-senador, Eunício Oliveira e Garibaldi Alves.

A reportagem diz que essa aproximação com Lula é contrária a opinião de parte da cúpula, que insiste em uma terceira via. Uma das opções seria Simone Tebet. Inclusive, o MDB já estuda organizar um evento nas próximas semanas para apresentar a senadora de MS, sem forçá-la a ser uma cabeça de chapa.

Divisões internas

Ainda segundo o Estadão, há divisões internas em alas históricas do partido. No lançamento do documento, por exemplo, estavam ex-ministros de governos do PT, como Henrique Eduardo Alves, Eduardo Braga, Marcelo Castro e que hoje sinalizam apoio a uma terceira via com um nome emedebista.

Porém, segue a reportagem, ao mesmo tempo, estavam presentes membros atuais do governo Bolsonaro, como os senadores Fernando Bezerra, líder do governo no Senado, e Eduardo Gomes, líder do governo Congresso, além do deputado federal Osmar Terra, um dos principais aliados do presidente.

O presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, fez questão de lembrar que o partido é contra qualquer radicalização política dentro de todo o espectro político.

Rossi comentou que tem feito parte da discussão de um grupo de nove partidos em torno da construção da terceira via. E acredita ser importante o fato de o partido apresentar um documento com suas propostas para o Brasil em vez de “fulanizar” o processo eleitoral e tendo de adaptar o partido às ideias prévias de um candidato.

“Queremos apresentar uma terceira via fora do extremismo. E nós podemos sim liderar esse processo’’, refletiu Baleia.

Trecho do documento mostra que o MDB também descreve o “perigo real” que os extremos políticos podem representar. “Os extremos representam um perigo real para a democracia, perigo esse que está cada vez mais presente’’, diz parte do texto.