Publicado em 23/12/2020 às 13:05, Atualizado em 23/12/2020 às 11:11

Madeira ilegal apreendida pela PRF este ano supera em 95% a de 2019

Balanço de apreensões foi divulgado pelo Ministério da Justiça

Redação,
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Divulgação

Este ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu quase o dobro de madeira ilegal do que em 2019. Já a Polícia Federal (PF) confiscou o equivalente a R$ 427,7 milhões de grupos ou pessoas flagradas cometendo algum tipo de crime ambiental - cifra 81% superior à que foi recolhida pelos mesmos motivos em 2019.

As informações foram divulgadas hoje (22), em Brasília, durante a apresentação dos resultados das ações que o Ministério da Justiça e Segurança Pública e as instituições vinculadas à pasta realizaram ao longo deste ano.

Segundo o diretor-geral da PRF, Eduardo Aggio, mais de 36,997 mil metros cúbicos de madeira ilegal foram apreendidos em rodovias federais de janeiro a novembro deste ano. O resultado é 95% superior aos 18,945 mil metros cúbicos apreendidos em 2019. Em 2018, foram apreendidos 13,904 mil metros cúbicos.

“Isso mostra que a atuação do governo federal no combate aos crimes ambientais tem sido ampliada, e os resultados têm sido bastante profícuos”, disse Eduardo Aggio, frisando que o resultado não necessariamente aponta para um aumento do desmatamento. “O aumento expressivo da apreensão de madeira ilegal não necessariamente retrata um aumento do desmatamento, mas sim o aumento da nossa capacidade de atuar”.

Além do maior volume de madeira ilegal, os policiais rodoviários federais também resgataram um número maior de animais silvestres. Foram 34 mil espécimes este ano, contra 11 mil no ano passado e 18.897 em 2018.

"Também temos focado na desestruturação da logística do tráfico de animais”, disse o diretor-geral da PRF, atribuindo os resultados, em parte, à reformulação da atuação das áreas de tecnologia e de inteligência levada à cabo em 2019, buscando maior efetividade e eficácia nas ações da instituição.

“Essa reestruturação do policiamento trouxe ganhos significativos em todas as áreas de atuação da PRF, inclusive no aspecto ambiental. Queremos que aqueles que forem delinquir saibam que as rodovias federais não serão usadas para qualquer tipo de ilícito”, disse o diretor.

De acordo com Eduardo Aggio, a maior parte da madeira apreendida é entregue ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Crimes ambientais

O diretor-executivo da PF, Carlos Henrique Oliveira de Souza, também destacou os resultados obtidos pela corporação no combate a crimes ambientais. De acordo com Souza, agentes federais apreenderam o equivalente a R$ 427,7 milhões em operações deflagradas para reprimir ilícitos ambientais, valor 81% superior aos R$ 235,3 milhões recolhidos no ano passado.

Já o secretário Nacional de Segurança Pública, Carlos Renato Machado Paim, lembrou que, dentre as 57 operações, em 44 cidades de 19 unidades da federação, que a Força Nacional de Segurança Pública participou este ano, algumas das principais tinham entre seus objetivos reprimir crimes ambientais, caso das operações Verde Brasil II, Onda Verde Itinerante e Pantanal, esta última deflagrada contra queimadas no bioma nos estados de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul.

Ao comentar os resultados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, disse que o governo federal e os órgãos de Estado vêm atuando para reduzir o desmatamento em todo o país. “A PF e a PRF estão agindo mais, independentemente de haver aumento ou diminuição [do desmatamento]”, disse o ministro, destacando os investimentos federais em sistemas de monitoramento por satélite que, segundo ele, permitem identificar áreas de queimadas e desmatamento ilegal com maior precisão e velocidade.

“Procuramos transformar aquilo que era feito de forma literalmente artesanal, nos moldes do padrão do século passado, para inserirmos em um tipo de investigação padrão século XXI. Nossa expectativa é avançarmos ainda mais, intensificando a repressão a esse tipo de crime, focando [na atuação] em organizações criminosas”.

Fonte - Agência Brasil