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05/02/2024 às 09:04, Atualizado em 04/02/2024 às 13:33

Lista de espionados pela "Abin paralela" repercute no meio político

Divulgada com exclusividade pelo Jornal da Band, a lista de novas autoridades que teriam sido espionadas pela Abin paralela repercutiu no meio político

Divulgada com exclusividade pelo Jornal da Band, a lista de novas autoridades que teriam sido espionadas pela Abin paralela repercutiu no meio político.

Segundo fontes da investigação, entre os governadores à época da atuação da Abin paralela, estavam Camilo Santana, do PT, que governou o Ceará, e João Dória, de São Paulo.

"Arapongagem é crime, fere a constituição brasileira, impede o direito do cidadão e violenta a liberdade”, disse Doria.

Alvos do monitoramento ilegal, de acordo com investigadores, senadores membros da CPI da covid também reagiram.

Otto Alencar afirmou que espiões e marginais usaram a Abin na busca de elementos para atacar.

Já Rogério Carvalho ressaltou que denunciou, no plenário do Senado, que estava sendo vítima de espionagem e cobrou punições para que fatos dessa natureza não se repitam.

"Eu não tenho medo do que eles possam encontrar, a minha essência vocês viram na reunião ministerial: uma pessoa revoltada com o mecanismo e com as coisas erradas da república”, disse Weintraub.

Assim como o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, Flávia Arruda, que também esteve á frente da Secretaria de Governo, era alvo do First Mile, de acordo com a apuração. A ministra disse, por meio de nota, que recebeu com surpresa e indignação a informação de que foi monitorada de forma ilegal e arbitrária.

Segundo as investigações, o monitoramento ilegal era comandado por Alexandre Ramagem, delegado da PF e ex-diretor da Abin. Mas o vereador Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, é citado como centro do núcleo político do esquema. Os dois negam envolvimento.

A investigação ainda faz o cruzamento de dados para verificar todas as pessoas que foram espionadas.

A Polícia Federal informou que, não há, até o momento, informações conclusivas referentes a todos os titulares e usuários das linhas telefônicas monitoradas e que as investigações seguem em sigilo, sem data prevista para encerramento.

Ministros do governo Bolsonaro

Abraham Weintraub, da Educação;

Anderson Torres, da Justiça;

Flavia Arruda, da Secretaria de Governo;

Carlos Alberto dos Santos Cruz; antecessor de Flavia na Secretaria de Governo.

Deputados federais

Alexandre Frota;

Joice Hasselmann;

Kim Kataguiri.

Senadores integrantes da CPI da covid-19

Otto Alencar;

Rogério Carvalho;

Omar Aziz;

Humberto Costa;

Alessandro Vieira;

Renan Calheiros;

Simone Tebet;

Soraya Thronicke;

Randolfe Rodrigues.

Outros espionados, segundo a investigação da PF

O então governador de São Paulo João Dória, eleito com o apoio de Bolsonaro;

Camilo Santana, do PT, que governou o Ceará;

Os ministro do STF Luis Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes;

O então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia;

O ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia;

O advogado Roberto Bertholdo.

O que é a Abin paralela?

Criada em 1995, a Abin tem como objetivo fornecer ao presidente da República e ministros informações estratégicas para o processo de decisão. Entretanto, a Operação Vigilância Aproximada da PF investiga uma "organização criminosa que se instalou na agência"

O órgão suspeita que a Abin foi usada durante o governo de Bolsonaro para monitorar ilegalmente várias autoridades. As investigações apontam que foram usadas ferramentas de geolocalização de celulares sem autorização judicial.

Segundo fontes da PF, o filho do ex-presidente Carlos Bolsonaro seria o idealizador da "Abin paralela", que teria entrado em vigor quando o órgão era chefiado por Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Diretor-geral do órgão entre julho de 2019 e março de 2022 e atualmente deputado federal, Ramagem foi um dos alvos da fase anterior da operação, que ocorreu em 25 de janeiro.

Carlos teria designado missões ao diretor - como, por exemplo, provar uma suposta ligação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes Alexandre Moraes com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Como a Abin monitorava autoridades paralelamente?

Segundo a PF, o monitoramento era feito usando ferramentas da agência para ações ilícitas, “produzindo informações para uso político e midiático. O objetivo seria a ”obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal".

Uma das ferramentas usadas era o software FirstMile, que permite a consulta de até 10 mil aparelhos de celular a cada 12 meses.

Em outubro, a PF afirmou que o sistema havia sido usado mais de 30 mil vezes, incluindo 2,2 mil usos relacionados a políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo Bolsonaro.

Fonte - Portal da Band

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