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24/01/2025 às 10:30, Atualizado em 24/01/2025 às 11:35

Juíza condena oito integrantes do PCC por plano para sequestrar e matar Sergio Moro

Crime foi tipificado como extorsão mediante sequestro; juíza avaliou que ex-juiz só não foi vítima porque Polícia Federal agiu antes

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Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Oito pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) foram condenadas pelo plano de atentado contra o senador e ex-juiz federal Sergio Moro (União Brasil-PR), revelado em 2023, na Operação Sequaz. As penas chegam a 14 anos e nove meses de prisão.

A juíza Sandra Regina Soares, da 9.ª Vara Federal em Curitiba, afirma na sentença que o caso não foi isolado, mas sim resultado de "uma atuação criminosa contínua e extremamente estratégica" do PCC. O plano teria sido arquitetado pela célula autodenominada "sintonia restrita", que funciona como um centro de inteligência da facção.

"Ficou evidenciado nos autos que a facção criminosa não apenas planejou o sequestro mediante extorsão aqui tratado, mas também realizou levantamentos prévios de outras autoridades públicas, demonstrando um modus operandi recorrente e meticuloso", diz a sentença.

O crime foi tipificado como extorsão mediante sequestro. A magistrada justificou que o plano para sequestrar e matar Sergio Moro só não consumado porque a Polícia Federal agiu antes.

"A desistência inicial não foi voluntária, mas sim fruto de intervenções externas, e os réus mantiveram a intenção de consumar o crime, retomando suas ações criminosas até serem definitivamente impedidos pela atuação das autoridades policiais", argumentou a juíza.

Quando a PF deflagrou a Operação Sequaz, a escalada de violências do PCC estava na iminência de ser desencadeada. Soldados da facção monitoravam os passos dos alvos e já haviam alugado imóveis que, provavelmente, seriam usados na execução do plano.

Segundo a investigação, outros agentes públicos também seriam alvo da facção, como o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, que há quase vinte anos investiga o PCC, e agentes penitenciários. Os ataques envolveriam sequestros e até assassinatos. O PCC pretendia colocar em prática uma ação coordenada e simultânea em diferentes Estados, apontou o inquérito.

Janeferson Aparecido Mariano Gomes, o "Nefo", o cabeça do grupo, foi executado em junho de 2024 na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, conhecida como P2, em Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

O plano da facção teria sido motivado por mudanças nas regras para visitas a detentos - Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro. Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos "cabeças" da organização criminosa nos presídios de segurança máxima.

Três réus foram absolvidos.

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