Publicado em 06/01/2024 às 08:41, Atualizado em 06/01/2024 às 07:48

Insatisfação cresce entre servidores federais após reajuste salarial

Discussão intensificou após PF e PRF serem privilegiadas pelo reajuste salarial proposto pelo governo; professores e outros servidores pressionam autoridades

Redação,
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A Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) terão aumentos salariais previstos para 2024, 2025 e 2026, com correções que podem chegar a até mais de 22%. Foto - Reprodução Agência Brasil

A proposta do governo que promete reajuste salarial para servidores federais foi assinada nos últimos dias de 2023 e tem gerado discussões entre diferentes classes.

No fim das negociações, o reajuste acabou privilegiando a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que terão aumentos salariais previstos para 2024, 2025 e 2026, com correções que podem chegar a até mais de 22%.

A medida, no entanto, congela os salários de outras classes neste ano e garante o aumento de 9% em benefícios apenas para 2025 e 2026 — 4,5% a cada ano.

“Com essa proposta, o governo desconsidera completamente a demanda da categoria. A proposta de recomposição da Campanha Salarial prevê reajustes entre 39,82% a 53,05% que seriam escalonados em três anos (2024 a 2026), a partir de 1º de janeiro de 2024”, diz o portal da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal.

Entre os grupos insatisfeitos estão os professores que são servidores federais, auditores fiscais e funcionários de órgãos ambientais.

Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciaram uma paralisação em 1º de janeiro para pressionar as autoridades. A classe já havia requisitado a incorporação de uma gratificação por atividades de risco e de indenização pelo exercício de atividades em áreas inóspitas, dois pedidos que não foram atendidos. Os auditores fiscais da Receita Federal estão em greve desde novembro de 2023.

As circunstâncias do reajuste geraram a especulação de que as polícias foram beneficiadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com fins eleitoreiros, já que as instituições se alinharam com o bolsonarismo ao longo dos últimos 5 anos.

A PRF inclusive teve sua atuação investigada por levantar a suspeita de que as abordagens nas estradas no dia do segundo turno das eleições de 2022 interferiram no andamento da votação, já que as blitze foram intensificadas em locais em que os votos em Lula predominavam.

Nesta quinta-feira (4), grupos que representam as classes menos favorecidas anunciaram que será elaborada uma contraproposta sobre o reajuste.

A resposta do governo federal até o momento é de que não há caixa para contemplar todas as categorias. O governo segue defendendo que as propostas previstas para 2025 e 2026 que constam no atual reajuste também beneficiarão os demais servidores.

Com informações da Agência Brasil