Publicado em 01/04/2017 às 14:32, Atualizado em 01/04/2017 às 17:45
Os números mostram que, em 2010, o país dispunha de 48,3 mil leitos pediátricos para uso exclusivo do SUS.
Mais de 10 mil leitos de internação em pediatria clínica -destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas- foram desativados na rede pública de saúde nos últimos seis anos. É o que revela levantamento divulgado na segunda (27) pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). As informações são da Agência Brasil.
Os números mostram que, em 2010, o país dispunha de 48,3 mil leitos pediátricos para uso exclusivo do SUS. Já em novembro passado (último dado disponível), o total baixou para 38,2 mil uma queda de cerca de cinco leitos por dia. Ainda segundo o estudo, 40% dos municípios brasileiros não têm nenhum leito de internação desse tipo.
Das 5.570 cidades do Brasil, 2.169 não têm nenhum leito. Entre as que possuem pelo menos uma unidade de terapia intensiva infantil, um terço tem menos de cinco leitos em todo o território municipal e 66 contam com apenas um leito.
"A título de dimensionamento, vale citar que só a cidade de São Paulo (SP) tem leitos em quantidade equivalente a oferecida atualmente em mais de 780 municípios de pequeno porte", destacou a entidade.
As informações foram levantadas por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e, de acordo com a SBP, preocupam especialistas. A redução do número de leitos tem impacto direto no atendimento, provocando atrasos no diagnóstico e no início do tratamento de uma população que vem aumentando.
O orgão também ressaltou que as doenças que prevalecem em crianças são sazonais. Nos primeiros semestres do ano, geralmente se acentuam as viroses gastrointestinais que, em muitos casos, demandam internações. Casos mais sérios de dengue, bem como alergias, infecções respiratórias e pneumonia também contribuem para o crescimento da demanda.