Publicado em 21/08/2025 às 12:47, Atualizado em 21/08/2025 às 15:00
O advogado de Bolsonaro insiste que a permanência e a colaboração com o processo são a maior prova de que não havia intenção de evasão
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro já definiu a estratégia para explicar a minuta de um pedido de asilo à Argentina encontrada em seu celular pela Polícia Federal.
Segundo apuração da jornalista Mônica Bergamo, da BandNews FM, os advogados admitirão que Bolsonaro de fato recebeu a sugestão para se asilar no país vizinho, mas que a rechaçou prontamente, antes mesmo de esgotar o prazo de 48 horas dado pelo ministro Alexandre de Moraes para os esclarecimentos.
O advogado Paulo da Cunha Bueno, que representa Bolsonaro no inquérito da trama golpista, afirma que a proposta foi feita há mais de um ano e que a prova da recusa está nas ações subsequentes do ex-presidente.
A defesa argumentará que ele não apenas permaneceu no Brasil, como viajou pelo país e, principalmente, compareceu a todos os atos processuais para os quais foi intimado, demonstrando sua intenção de enfrentar a justiça brasileira.
A investigação da PF, no entanto, insere a minuta em um contexto mais amplo de movimentações suspeitas. O relatório policial aponta para depósitos volumosos de Jair Bolsonaro para Michelle Bolsonaro, e de Eduardo Bolsonaro para sua esposa, Heloísa, levantando a suspeita de que a família estaria tentando proteger recursos financeiros de um eventual bloqueio judicial.
O fato de a minuta de asilo ter sido enviada pelo celular da esposa de Flávio Bolsonaro também é visto com estranheza pela defesa, que alega que ela nunca atuou como conselheira política.
A linha de defesa busca, portanto, desvincular o ex-presidente da autoria ou da adesão ao plano de fuga, tratando o documento como uma ideia externa e prontamente descartada.
O advogado de Bolsonaro insiste que a permanência e a colaboração com o processo são a maior prova de que não havia intenção de evasão.