Aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) estão pegando mais empréstimos com pagamento diretamente na folha. Segundo o Banco Central, o crédito consignado a aposentados cresceu 20,3% de janeiro a outubro.
O limite para esse tipo de contrato é de 30% do valor do benefício, para empréstimo pessoal, e outros 5% para o cartão de crédito.
Como o limite de parcelas é de 72 e o segurado pode pegar mais de um contrato ao mesmo tempo, são anos de comprometimento de um benefício cujo valor médio é de R$ 1.076,42, entre as aposentadorias por idade, e de R$ 2.174,96, por tempo de contribuição.
A alta nos preços de bens de consumo, agravados neste ano com dólar, combustíveis e energia elétrica caros, aceleraram a distância entre o padrão de vida dos brasileiros antes e depois de se tornarem aposentados.
Com isso, um período que tradicionalmente já é de adaptação fica mais caótico, explica o educador financeiro Reinaldo Domingos. "Tudo aumentou muito mais do que a aposentadoria. Com a defasagem, abre-se um buraco de necessidade."
Domingos destaca que o momento em que o aposentado pega o primeiro contrato já deve ser um alerta da necessidade de uma readequação à nova realidade financeira. "Seu benefício é R$ 1.000 e não estava dando para pagar tudo. Você pega um empréstimo para resolver essa situação. Agora, não tem mais R$ 1.000 por 36, 60 meses. São muitos anos vivendo com R$ 700", explica. "Portanto, sem uma faxina financeira, o risco de entrar num ciclo sem fim é muito grande", afirma.
Em novembro, 5,8 milhões de idosos a partir de 65 anos estavam negativados, segundo pesquisa do SPC.
Fonte - Folhapress
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