A terça-feira foi de limpeza e de contabilizar prejuízos na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). De acordo com balanço feito pelo entreposto, o temporal que castigou a Grande São Paulo nesta segunda-feira, 10, e alagou o local, causou um prejuízo estimado em R$ 24 milhões. Sete mil toneladas de alimentos foram jogadas fora.
Trabalhando desde 1975 no local, o gerente da Frutas Previtali Antonio Alceu Bernardo, de 67 anos, conta que nunca tinha visto destruição nessas proporções.
"A gente trabalha com uva, ameixa, pêssego, todas frutas nobres. Tudo o que estava a um metro e meio do chão foi perdido. Perdemos os computadores que estavam no escritório e estamos vendo como estão as empilhadeiras. Temos duas e cada uma custou R$ 37 mil", conta Bernardo.Permissionário do box, Carlos Previtali, de 55 anos, diz que não há previsão de desabastecimento nem aumento de preços. "No caso das frutas, as lojas estão abastecidas. Estou com estoque e os fornecedores vão mandar mais. Não tem esse negócio de subir o preço."
Vendedor da TH, Ricardo Delvecchio, de 42 anos, disse que estava com outro funcionário quando começou a inundação dos estandes. "A gente chegou às 2h20 e a água subiu muito rápido. O nosso prejuízo não foi tão alto porque a gente conseguiu subir a mercadoria."
Em todos os corredores, funcionários desinfetavam o chão e as paredes, que ainda tinham manchas de lama. Do lado de fora, as mais diferentes frutas eram descartadas, formando montanhas de melão, melancia, abacaxi e laranja."Tudo tem de ser jogado fora. A população não corre risco. Quando reabrir, só vai ter fruta nova. A gente só vende produtos de qualidade", afirma Bernardo.
Cerca de 40 funcionários da padaria Super Pão também faziam a limpeza do local. Mesas, cadeiras e expositores eram higienizados do lado de fora por um grupo enquanto outro trabalhava no interior. "Estava sem chance de entrar ontem (segunda). Aqui, perderam alimentos e bebidas. Estou há um ano e meio na padaria e trabalho há dez anos na Ceagesp. Já teve enchente, mas não como essa."
Fonte - Estadão
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