Publicado em 26/04/2019 às 14:30, Atualizado em 26/04/2019 às 12:45
Relatório tem como base os dados compilados pela Universidade de Maryland.
O relatório anual elaborado pelo projeto Global Forest Watch, divulgado nessa quinta-feira, 25, revelou que o mundo perdeu 12 milhões de hectares de florestas tropicais em 2018, sendo o quarto pior ano em termos de desmatamento depois de 2016, 2017 e 2014.
A ONG ambientalista World Resources Institute (WRI), responsável pelo projeto, começou em 2001 sua cartografia e tem como base os dados compilados pela Universidade de Maryland a partir da análise de imagens de satélite.
Dos 12 milhões de hectares perdidos, 3,64 milhões de hectares são de florestas tropicais primárias, também chamadas de florestas nativas ou virgens, o equivalente ao território da Bélgica. O Brasil foi o país que perdeu a maior área dessas florestas no ano passado – mais de 1,4 milhão de hectares –, à frente da República Democrática do Congo (481,2 mil hectares) e da Indonésia (339,8 mil hectares).
Segundo o WRI, a perda de floresta nativa no Brasil em 2018 foi menor do que seu pico, relacionado a incêndios em 2016 e 2017, mas maior do que foi entre 2007 e 2015, período em que o país tinha reduzido sua taxa de desmatamento em 70%.
Frances Seymour, pesquisadora do WRI comenta que “é tentador saudar um segundo ano de declínio após o pico de 2016”, com 17 milhões de hectares de perdas. “Mas, se olharmos para os últimos 18 anos, está claro que a tendência geral ainda é de aumento”, ressalvou.
A situação pode piorar no Brasil, segundo a ONG Imazon, porque o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 54% entre janeiro de 2018 e janeiro de 2019, mas também devido à alteração de políticas ambientais defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a Global Forest Watch, ainda é muito cedo para avaliar o impacto de eventuais medidas do governo Bolsonaro sobre a cobertura florestal brasileira.
Com informações da Deutsche Welle