Publicado em 05/09/2024 às 11:44, Atualizado em 05/09/2024 às 12:41

Brasil enfrenta pior seca da história e MS é um dos estados mais afetados

A situação é ainda mais extrema em Mato Grosso, Goiás e no Amazonas

Redação,
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Onde a ave está, as águas do Rio Paraguai já chegaram. Seca impacta a bacia hidrográfica à qual ele pertence (Foto: Henrique Kawaminami)

Desde 1950, o Brasil não enfrentava uma seca tão intensa, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. É a pior da história, considerando os últimos 70 anos monitorados pelo órgão.

A situação afeta alguns estados mais do que outros. Mato Grosso do Sul é um deles e, inclusive, está localizado em uma das regiões onde o cenário deve piorar neste mês, conforme o boletim de monitoramento de secas publicado pelo Cemaden na segunda-feira (2), segundo o Campograndenews.

O centro prevê que sete municípios de Mato Grosso do Sul enfrentem seca mais crítica no mês nove. Eles estão localizados nas regiões pantanal e costa leste, na divisa com Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

O Cemaden também destaca que haverá expansão no quadro de seca extrema no Amazonas (8 municípios), Mato Grosso (73 municípios) e Goiás (43 municípios).

A previsão para a Bacia do Rio Paraná, que atravessa Mato Grosso do Sul, seguirá crítica, segundo o boletim, variando de severa a extrema. "Essa situação exige atenção e ações preventivas para minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais, sobretudo em relação ao maior risco de propagação do fogo", alerta o centro de monitoramento.

Mato Grosso do Sul registrou, ainda, seca em Terras Indígenas durante agosto. Elas variaram entre os graus moderada e severa.

Mais que a metade do País - Somadas, as áreas com alguma condição de seca atingem cerca de 5 milhões de km², o que equivale a cerca de 58% de todo o território nacional.

A ferramenta utilizada para medir e monitorar a seca é o Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração (SPEI, na sigla em inglês).

“O SPEI leva em conta duas coisas principais: a quantidade de chuva que cai e a quantidade de água que se perde por evaporação e transpiração das plantas. A evaporação depende da temperatura: quanto mais quente, mais água evapora”, detalha a pesquisadora e especialista em secas do Cemaden, Ana Paula Cunha.