O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu nesta quinta-feira (17), durante sua transmissão semanal nas redes sociais, o retorno às aulas dos estudantes brasileiros e criticou os sindicatos.
Apesar de a taxa de mortalidade diária do Brasil continuar acima de 700 – é o terceiro país do mundo com maior número de mortes nos últimos sete dias, atrás apenas de Índia e Estados Unidos –, Bolsonaro afirmou que "é inadmissível" que os estudantes percam o ano letivo.
"A questão de deixar garotada em casa. Nós somos o país com maior número de dias com a molecada sem aula. Só está faltando nós", disse o presidente. "Hoje mandei mensagem para o ministro Milton [Ribeiro, Educação] para ele se preparar e começar a orientar – já que decisão não é nossa, é de governadores e prefeitos – para que se volte às aulas. É inadmissível perder o ano letivo", afirmou.
Em seguida, Bolsonaro atacou os sindicatos de professores que se colocaram contrários ao retorno das aulas considerando a situação atual da pandemia, afirmando que as associações têm interesse que os alunos "não aprendam as coisas".
"O pessoal deve saber como é composta a ideologia dos sindicatos dos professores pelo Brasil quase todo. É um pessoal da esquerda radical, e para eles está muito bom ficar em casa. Por dois motivos: primeiro que, eles, do sindicato, ficam em casa e não trabalham", atacou.
"E outra: isso colabora para que garotada não aprenda mais coisas, que não volte a aprender, a se instruir", acusou Bolsonaro, sem detalhar sobre quais associações se referia.
Além de pedir a volta às aulas, o presidente também disse esperar o retorno em breve dos jogos de futebol com público no Brasil, mesmo que de forma reduzida. "Com 10%, 20%, 30% [da capacidade], acho que já pode começar a abrir o estádio", disse ele, afirmando esperar um parecer da Anvisa que referende essa decisão.
"Moro não tem que perguntar nada para mim"
Na live, Bolsonaro ainda comentou sobre a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, de suspender o inquérito que o investiga de interferência na Polícia Federal, segundo afirmou seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
A suspensão acontece após o relator do caso no STF, ministro Celso de Mello, de que Bolsonaro prestasse o depoimento sobre o caso presencialmente, respondendo a perguntas do próprio Moro e de dois advogados do ex-ministro.
"O Moro não tem que perguntar nada para mim", declarou. "O ministro Marco Aurélio deu liminar suspendendo tudo no inquérito até que meu pedido de ser ouvido por escrito, como já aconteceu no passado com presidentes que me antecederam, valesse para mim também, porque tem que valer pra todo mundo."
"O Supremo vai decidir e, se Deus quiser, a gente enterra logo esse processo e acaba com essa farsa desse ex-ministro da Justiça, que me acusa de forma leviana. No depoimento dele, o Sergio Moro alega que não me acusou, e que 'trouxe fatos', e cabe ao MP e o Supremo aprofundar as investigações. Está de brincadeira esse Sergio Moro, mas tudo bem", reclamou.
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