Publicado em 14/08/2020 às 14:34, Atualizado em 14/08/2020 às 12:40

Bolsonaro indica que vai à Justiça contra a Globo por editorial do JN

Presidente disse que críticas lidas no noticiário sobre sua condução no combate ao coronavírus "não tem cabimento"

Redação,
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que tentará a "responsabilização e o esclarecimento da verdade" ao se referir ao editorial do Jornal Nacional, da TV Globo, no último sábado (8), dia em que o Brasil bateu a marca de 100 mil mortos pela pandemia do coronavírus.

Na edição, os âncoras William Bonner e Renata Vasconcelos leram um texto em tom editorial que questionou se o presidente havia cumprido a Constituição no que diz respeito a evitar com que os brasileiros ficassem doentes. O JN chamou a atenção para o fato de o país não ter um ministro da Saúde titular desde 15 de maio e afirmou que Bolsonaro "menosprezou" a covid, lembrando falas do presidente que minimizaram a doença.

Em sua live semanal nas redes sociais nesta quinta (13), Bolsonaro afirmou que a acusação "não tem cabimento", defendeu as ações do governo federal, criticou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e indicou que acionará judicialmente a Globo por conta do editorial.

"Um órgão de imprensa grande me acusou de ser o responsável por 100 mil mortes. Não tem cabimento. Tomamos medidas concretas para se preparar, antever, prevenir, porque a gente sabia que viria [o vírus]", disse o presidente, citando o resgate dos brasileiros que moravam Wuhan, cidade chinesa onde a pandemia começou.

"Vamos tentar a responsabilização e o esclarecimento da verdade no tocante a essa matéria, porque não dá para a gente não se defender disso. Uma acusação de genocida para cima de mim no horário nobre, ou que eu sou o responsável e que deveria cumprir a Constituição? 'Será que o presidente está cumprindo a Constituição?' Com tudo que fizemos, com quase R$ 700 bilhões para combater o vírus", acrescentou.

"A história vai mostrar onde se errou, e se algumas mortes poderiam ser evitadas", disse Bolsonaro, que na sequência voltou a defender a hidroxicloroquina, afirmando que o remédio "deu certo" no seu tratamento pessoal da covid-19 e também de ministros e outros cerca de 100 servidores do Palácio do Planalto que contraíram o vírus.

O presidente criticou seu ex-ministro Mandetta, a quem chamou de "grande marqueteiro da TV Globo", por ter determinado isolamento domiciliar de pessoas sintomáticas e também de assintomáticas que moravam na mesma residência. "Não que o Mandetta tenha feito de má-fé, mas é uma medida que não deu certo", acusou.