A taxa média de desemprego em 2020 foi recorde em 19 estados e no Distrito Federal, acompanhando a média nacional, que também foi recorde no ano passado. As maiores taxas foram registradas em estados do Nordeste e as menores, no Sul do país. Esses resultados decorrem dos efeitos da pandemia de covid-19 sobre o mercado de trabalho.
No intervalo de um ano, a população ocupada reduziu 7,3 milhões de pessoas no país, chegando ao menor número da série anual (86,1 milhões). Com isso, pela primeira vez, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No final de fevereiro, o IBGE havia divulgado que a taxa média anual de desemprego no Brasil foi de 13,5% em 2020, a maior já registrada desde o início da série histórica em 2012. A taxa corresponde a cerca de 13,4 milhões de pessoas na fila por um trabalho no país.
No último trimestre de 2020, o desemprego atingiu 13,9%, depois de chegar a 14,6% no terceiro trimestre, encerrado em setembro
Bahia tem maior taxa de desemprego
A Bahia foi o estado que registrou a maior taxa média de desemprego no ano passado, atingindo quase 20% da população. Veja abaixo as unidades da federação que registraram recorde no nível de desemprego:
• Bahia (19,8%)
• Alagoas (18,6%)
• Sergipe (18,4%)
• Rio de Janeiro (17,4%)
• Roraima (16,4%)
• Maranhão (15,9%)
• Amazonas (15,8%)
• Rio Grande do Norte (15,8%)
• Acre (15,1%)
• Distrito Federal (14,8%)
• Paraíba (14,6%)
• São Paulo (13,9%)
• Ceará (13,2%)
• Minas Gerais (12,5%)
• Goiás (12,4%)
• Rondônia (10,4%)
• Mato Grosso do Sul (10%)
• Mato Grosso (9,7%)
• Paraná (9,4%)
• Rio Grande do Sul (9,1%)
15 estados com menos da metade da população ocupada
Em 15 estados —-incluindo todos do Nordeste—-, o nível de ocupação ficou abaixo de 50% no ano passado. Em Alagoas, apenas 35,9% das pessoas em idade para trabalhar estavam ocupadas. O Rio de Janeiro também aparece nessa lista, apenas 45,4% tinham um trabalho. Já Mato Grosso foi o estado com maior nível de ocupação (58,7%) no ano passado.
Essa queda da ocupação também afetou trabalhadores informais. A taxa média de informalidade caiu de 41,1% em 2019 para 38,7% em 2020, somando ainda 39,9 milhões de pessoas. Os informais são os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Nas regiões, a taxa média nacional de informalidade foi superada em 19 estados, variando de 39,1%, em Goiás, até 59,6% no Pará. Em sete desses estados, a taxa ultrapassou 50% e apenas São Paulo (29,6%), Distrito Federal (28,2%) e Santa Catarina (26,8%) tiveram taxas de informalidade abaixo de 30%.
Metodologia da pesquisa
A Pnad Contínua é realizada em 211.344 casas em cerca de 3.500 municípios. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
Com informações pelo Portal UOL
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